Você terceiriza seu fracasso no amor?

Seus relacionamentos começam bem, mas logo depois desandam? Sua área amorosa é sempre complicada, cheia de padrões repetitivos e decepções?

Claro! Ninguém quer nada sério. As pessoas são confusas. Tem muito mais mulher disponível do que homens! Os homens só pensam em sexo. Casamento é muito difícil. Seu marido não ouve você!

E tem mais: amor não é para todo mundo e você não tem sorte nessa área. Todo o resto da certo, mas para relacionamentos, seu dedo só pode mesmo ser podre! Certo? Talvez seja para você! Talvez você realmente acredite nisso ou em alguma coisa disso tudo!

Mas a verdade, verdade mesmo, é que todas as justificativas acima não passam de mentiras que você vem se contando porque está morrendo de medo de assumir sua responsabilidade na dinâmica da sua vida, no enredo da sua história, na jornada da sua evolução!

Eu sei, não é fácil admitir que você sente insegurança, que sua autoestima está baixa e que você, bem lá no fundo, duvida do quanto merece realmente um amor bacana. Do quanto realmente está pronta para um relacionamento criativo, saudável e equilibrado.

Mas anota aí o que vou escrever! Copia e cola na geladeira ou no espelho do banheiro: enquanto você não se responsabilizar por tudo o que acontece nos seus relacionamentos – a sua parte e o que faz diante da parte do outro – você estará vendida, de mãos atadas, de olhos vendados e perdida para o amor que deseja e merece viver!

Ou seja, enquanto você terceirizar seus fracassos, estará abrindo mão do seu poder de fazer diferente, da sua capacidade de virar o jogo, da essência singular que te coloca no exato lugar de alguém que está sendo procurado por um outro alguém que se encaixa com seus planos e sonhos.

Não alguém perfeito. Não uma relação pronta. Não um encontro sem diferenças ou sem aprendizados e ajustes a serem feitos. Mas um amor com espaço e disponibilidade para ser construído. Um amor onde cabem dois e suas falhas, tanto quanto dois e suas responsabilidades.

Porque é só assim que você, aconteça o que acontecer, poderá respirar fundo, talvez até deixar rolar algumas lágrimas, mas do alto de sua clara dignidade, do topo de todo seu merecimento, reconhecer seus enganos, aprender com seus erros e começar tudo de novo! Agora sim, assim sim, diva e dona da sua história!

Separação também é uma construção!

Por Rosana Braga

Eu vivo repetindo – porque acredito piamente nisso – que amor é construção. Seja esse amor vivenciado num casamento ou em qualquer tipo de relacionamento, é sempre uma construção. Não nasce pronto. Não está posto apenas com algum “sim” de ambas as partes.

Eu sei que tem gente que acredita em “amor à primeira vista”. Eu não acredito! Penso que pode até acontecer paixão ou desejo e até uma grande identificação à primeira vista. Mas amor, amor mesmo, não. É construção. E uma construção exige alguns pré-requisitos.

Tempo, planejamento, dedicação, confiança, coerência e outros comportamentos afins. Claro, tem também os contratempos. Nem tudo sai exatamente como planejado. Situações inesperadas acontecem. Mas a construção do amor, especialmente, nunca acaba. Precisa ser para sempre!

Porque se parar, começa lentamente (ou rapidamente) a se tornar desconstrução. Ou seja, começa a se transformar em separação. É mais ou menos como fazer o caminho contrário! Falta de tempo, de planejamento, pouca ou nenhuma dedicação, desconfiança, incoerência e por aí vai. 

Uma dose de abandono aqui, uma desatenção ali e, pronto: dá-se início à uma triste e perigosa desconexão. Mas sabe o que é pior? Tudo isso costuma acontecer de um jeito quase imperceptível. Parece apenas rotina. Parece simplesmente uma fase. Parece que não é nada tão grave.

Talvez seja mesmo um pouco de cada. Mas de pouco em pouco, se faz muito. E no muito de descuido, só cabe desamor. Desconstrução. Separação! Vazio, tristeza e frustração. 

Porque é fato: ninguém se separa da noite para o dia. Ninguém dorme conectado, feliz e atento e acorda desconectado, insatisfeito e desejando ir embora. Assim como amor precisa ser nutrido pra existir, desamor também. Um divórcio é uma escolha feita por muitos dias seguidos. 

Então, que tal focar no que realmente importa? Que tal cuidar do que é caro? Que tal se questionar agora sobre o que você realmente quer, antes que seu único desejo seja distância. Antes que reste apenas um gosto amargo do amor que já sentiram um dia?

Veja bem, não estou dizendo que uma separação seja sempre e necessariamente um grande desastre. Às vezes, pode ser mesmo que o encontro já não faça sentido. Mas, se é mesmo assim, então que a desconstrução seja feita com cuidado e respeito, com consciência e muito diálogo. Porque ainda que a dor possa ser inevitável, sentimentos como rancor e ódio podem ser, sim, bastante evitáveis!

Por fim, que a gente consiga não desistir. Não deixar sempre para amanhã o que precisa ser cuidado hoje. Que a gente não se renda aos desafios decorrentes dos nossos piores medos. Porque se existe um encontro que pode nos tornar pessoas melhores e mais evoluídas de fato, é o encontro com uma alma com quem escolhemos compartilhar nossa história e nosso coração!

Os homens só querem sexo! (???)

Já ouviu alguma mulher fazendo essa reclamação? Você mesma já pensou ou falou isso? Já se sentiu usada ou desrespeitada por um homem com quem saiu e demonstrou querer demais levar você para a cama?

Bem, verdade seja dita! Tendo ou não passado por isso, existe uma crença generalizada de que homem só pensa em sexo e que muitos só se interessam por isso e não por um relacionamento sério.

Penso que dá para entender! Imagine duas crianças que acabaram de nascer: um menino e uma menina. Apesar de todas as mudanças ocorridas nas últimas décadas e de todas as conquistas femininas, os dois são criados da mesma forma quando o assunto é sexo?

Pelo que tenho visto, não mesmo! Pelo menos não na maioria dos casos. Enquanto as meninas são vigiadas e altamente censuradas diante de qualquer manifestação sobre gostar de sexo, de “pipi” ou de meninos, os meninos são altamente incentivados a se manifestar sexualmente, declarando seu desejo sexual pelas meninas e seu interesse por “pepecas”, “peitos” e afins.

Como crescem? Elas sendo julgadas por seu comportamento sexual e eles também. Mas elas são rotuladas negativamente caso queiram sempre e facilmente. E eles são também são, caso não queiram. Cadê o direito de escolha? Cadê a igualdade entre as pessoas? Cadê a expressão sexual saudável, consciente e madura?

Sendo assim, o que termina acontecendo é que eles se obrigam a querer sempre ou se sentirem envergonhados e pressionados caso não queiram. E elas se obrigam a se fazer de difícil sempre ou se sentirem inseguras e culpadas caso queiram. Uma baita confusão. Um desequilíbrio que só gera mais e mais insatisfações, disfunções e desencontros.

Mulheres frígidas ou excessivamente sexualizadas e aparentemente vulgares. Homens com ejaculação precoce ou usando estimulantes cada vez mais cedo. Felizmente, nem todos e nem todas. Mas ainda bem mais do que deveria. E resultando em sofrimentos completamente desnecessários.

Resumindo: não todos, mas muitos homens realmente focam tempo e energia demais na tentativa de levar um número cada vez maior de mulheres para suas camas. Aprenderam assim. Carregam crenças limitantes e equivocadas sobre o que é ser homem. Sobre como um homem deve se comportar.

Mas, no final das contas, sendo você uma mulher, existe uma grande lição nisso tudo. É aprender a, acima de tudo, saber de si. Fazer suas próprias escolhas a partir de suas verdades, de seus sentimentos e de seus valores. E bancar a si mesma.

Então: e você, quer sexo? Com quem? Em que momento? Você sabe? Você se questiona? Ou deixa o outro decidir por você sempre? Ou se sente vítima do desejo dos homens? Porque, independentemente do que eles querem, você pode dizer “sim” ou “não”. Você diz? Fala o que você quer ou o que eles querem ouvir?

Tenta corresponder aos desejos do outro ou se sente realmente segura e confiante para corresponder aos seus próprios desejos? Consegue dizer “não” quando não quer ou fica achando que ele não vai mais ligar ou vai te achar fria e vai sumir?

Consegue dizer “sim” quando quer ou fica achando que ele vai te achar fácil demais e vai desaparecer ou não vai mais te respeitar? Você realmente sabe o que quer ou se sente o tempo todo inadequada e ansiosa, acreditando que vai ser traída ou abandonada a qualquer momento?

Talvez, antes de classificar homens como sendo “isso” e mulheres como sendo “aquilo”, esteja na hora de assumir quem é você e se você quer (e quando e com quem quer) sexo. Assim, a vida fica muito mais leve e você se torna muito mais dona da sua própria história.

E, mais do que isso, você termina atraindo encontros e amores que têm muito mais a ver com sua verdadeira essência. E finalmente entra em sintonia com o amor que merece, em vez de passar a vida se lamentando pelos repetidos desencontros e desamores vividos.

Como parar de sofrer por amor?

 Por Rosana Braga

Você tem a sensação de que essa tristeza é a maior e a mais profunda que já sentiu em toda a sua vida? De que ela nunca vai passar ou diminuir? Não tem ideia de como vai conseguir viver sem essa pessoa, esse relacionamento? De como vai superar essa dor e voltar a acreditar que pode ser feliz no amor?

Sente como se seu mundo estivesse desmoronando? Como se nada mais fizesse sentido e tudo ao seu redor tivesse perdido a cor e a graça? Adoraria que existisse um remedinho, qualquer coisa que arrancasse todos esses sentimentos e pensamentos que não param de atormentar e machucar você mais e mais?

Pois muito bem! Escute bem o que vou dizer! Ou melhor, leia cuidadosamente o que vou escrever! Você, eu e mais alguns bilhões de pessoas em todo o mundo já passamos por situações muito, muito parecidas com a sua!

Sendo mais específica, 86% das pessoas em todo o mundo já sofreram por amor de forma tão intensa que tiveram exatamente essa sensação: a de que nunca mais iriam se recuperar e, pior, de que essa dor demoraria mais tempo para passar do que elas poderiam suportar!

Ok, eu sei que saber disso não adianta muita coisa. Que a sua dor continua a doer. Mas se você considerar verdadeiramente que ela vai passar (por mais difícil que seja acreditar nisso neste momento), ela vai passar bem mais rapidamente.

E, mais do que isso: vai se tornar muito mais fácil lidar com ela de uma forma menos pessimista. Porque quando a gente fica pessimista, enxerga o que está ruim como definitivo, generalizado e insuportável.

Mas quando você abre espaço ao seu otimismo, essa fase começa a servir para tornar você mais madura, mais experiente e com muito mais clareza do que quer e do que não quer. 

A dor ensina. Precisa ensinar. Observe: talvez a sua dor seja decorrente de sentimentos como abandono, traição ou sentimento não correspondido. Ou talvez seja decorrente de arrependimento, de não ser perdoada ou de não saber mostrar o que sente.

Mas seja qual for a fonte, sua dor está tentando te mostrar algo extremamente valioso. O que é? A resposta é óbvia! É fato que todos nós sofremos, porque sofrer faz parte da vida e tem sua função. 

Porém… se você sofre sem aprender e por mais tempo do que deveria, se você sofre se perdendo e se machucando ainda mais, em vez de procurar meios de se curar e crescer, a razão é uma só: falta de amor próprio. Autoestima debilitada!

E enquanto você não se valorizar e não se reconhecer, vai continuar aí chorando, se lamentando, reclamando, alimentando mágoa, raiva ou qualquer tipo de pensamento repetitivo e negativo. E só vai conseguir um resultado: mais dor!

Excesso de celular pode causar danos permanentes ao amor!

 

 Por Rosana Braga

Conhece alguém com mais de 18 anos que não tenha celular? E se fosse só a partir desta idade, talvez o estrago não seria tão grande, tanto no presente quanto, principalmente, no futuro. Porque, em geral, maiores de 12 anos já têm o seu aparelho.

Claro, eu também tenho o meu. E não estou levantando nenhuma bandeira contra essa pequena e revolucionária fonte de informação, tecnologia e inimagináveis possibilidades. Mas, porém, contudo, meu tema é relacionamentos. Por isso, preciso dizer!

Não se trata de uma ameaça ou de uma praga. Não se trata de opinião ou gosto pessoal . É fato! O uso excessivo do celular pode realmente causar danos terríveis aos relacionamentos. E não só aos amorosos/sexuais, mas também entre pais e filhos, entre amigos e até no ambiente de trabalho.

Enquanto seus olhos ficam focados durante horas na tela do encantador aparelho, você – seu coração, sua mente e sua alma – vai se afastando sorrateiramente daqueles que fazem parte real e substancial da sua vida neste momento!

Enquanto sua atenção e seus ouvidos são estranhamente abduzidos pelas ondas eletromagnéticas dos tão sedutores aplicativos e vídeos, sua essência vai se perdendo e você vai se esvaziando do conteúdo que realmente sustenta sua saúde emocional, psicológica e, em alguns casos, até física.

Preste atenção, por gentileza. Por onde você tem andado na maior parte do tempo? Pelas ruas de fato? Em sua casa? No quarto com a pessoa que você ama? Num bar conversando e rindo com seu amigos? Na igreja com a sua comunidade religiosa? Ou na tela do seu celular? Seja sincero!

Outro dia, num momento de profunda frustração, eu gritei algo bem feio! Não deveria escrever isso aqui, mas acho que vale a intensidade da minha grosseria para falar sobre o excesso de celular em nossas vidas!

Eu disse algo como: “no dia em que inventarem um aparelho com b**eta ou com p**to, ninguém mais vai procurar ninguém. Porque, afinal, hoje em dia só se tira os olhos da tela (e mesmo assim não em todos os casos) quando o objetivo passa a ser sexo real. Se for sexo virtual, olhos e ouvidos ficam mais ligados ainda no mundo brilhante, mas completamente limitado diante de todas as possibilidades no aqui e agora.

Bem, acredite se quiser, mas esse abandono das relações e do momento presente tem sido a reclamação mais recorrente entre os casais. Homens e mulheres têm se sentido cada vez mais sozinhos, ainda que acompanhados. Olhares sempre para baixo, seja nas mesas dos restaurantes, na sala de casa, no quarto dos filhos e até na cama.

As explicações logo aparecem, algumas até fazem sentido, mas nada justifica, no final das contas, o excesso, a perda de noção, o desequilíbrio, a ilusão de que ali existe um mundo que vale mais do que a conexão profunda, inteira e consciente com quem a gente ama!

Então, verdade seja dita: aparelho de celular é ótimo. De verdade! Adianta a vida, facilita o trabalho, economiza tempo e resolve mesmo uma série de problemas. Mas… quando usado em excesso, pode fazer com que você vá se tornando num verdadeiro zumbi* sem nem se dar conta.

Cada vez menos toques. Cada vez menos olhares. Cada vez menos sorrisos decorrentes de declarações feitas frente a frente. Cada vez menos o calor da presença, o som, o cheiro. Cada vez menos aquilo que de tão visceral e completamente vital, nem precisa ser dito. Porque emana da sua alma e se expande com tal força e humanidade que ocupa todo o universo onde dois corações batem ao mesmo tempo e no mesmo lugar.

*Pessoa que vive a perambular e age de modo estranho. Sem vontade própria. Sem personalidade.

Você é recalcada?

O termo está na moda. Mas ninguém quer esse rótulo. Pessoas recalcadas são embotadas, reprimidas, fechadas em si mesmas. Sem saber como estar no mundo, sem saber como mostrar o que sentem e o que querem, perdem a chance de participar de fato da vida.

Estão aqui, mas quase como se não estivessem. Vivem desvivendo, desamando, desmerecendo, desmoronando, desligando. Veja que não se trata exatamente de não fazer, de não sentir, de não querer, de não amar ou de não viver. Trata-se de não se permitir. De não se autorizar. De não se acreditar merecedora.

E mais dolorido do que amar e não ser amada, do que tentar e não conseguir, do que arriscar e errar é viver assim, sem se deixar, sem ocupar de fato seu lugar. Bem mais triste e frustrante do que ter de lidar com enganos e bobagens, é ter de lidar com o nada, com o vazio, com a sensação profunda e real de ser uma pessoa recalcada!

Se você se sente assim, imagino o quanto o medo te paralisa. O quanto parece impossível mudar essa situação e simplesmente mergulhar de cabeça no seu direito de ser e estar!

E imagino ainda mais o quanto esses sentimentos abrem espaço para outros ainda piores. Comparação, insegurança, ansiedade, timidez e até inveja. E talvez uma sensação amarga de ser menos que os outros invada seu corpo e sua mente fazendo você parecer arrogante e prepotente.

Mas quer saber? Essa não é quem você é de verdade. Essa é você cheia de crenças limitantes, de máscaras e de vendas nos próprios olhos. Essa é você tristemente recalcada. E estou certa de que se você está assim, só está porque não sabe o que e nem como fazer para estar diferente.

Então, apenas pare de pensar lá na frente. No que vai ser. Apenas esteja aqui e agora. Neste momento. Um pequeno passo. Talvez aparentemente insignificante, mas onde você possa colocar toda a sua essência, toda a sua verdade. Simples assim!

Sem se comparar com ninguém. Reconhecendo sua singularidade. Sabendo-se tão essencial quanto qualquer outra pessoa neste mundo. Você é filha do Universo tanto quanto cada outro ser vivo. E é fundamental! E tem o seu lugar. Único, diferente, seu!

Deixe aflorar o seu propósito e a sua missão. Porque se você está aqui, nesta dimensão, é porque é exatamente aqui e agora que você é altamente necessária. Apenas seja. Apenas fique. Sorria e dê um passo adiante numa atitude repleta de amor!

A diferença entre ser espontânea e ser impulsiva!

Por Rosana Braga

Ser espontânea é ótimo. Inclusive, acredito mesmo que a espontaneidade é um dos maiores e mais potentes afrodisíacos que uma pessoa pode usar para viver relacionamentos leves, divertidos e que valham a pena.

Mas qual o limite entre ser espontânea e ser impulsiva? A dúvida faz sentido já que ambos os comportamentos se referem a alguém que fala o que pensa, que mostra o que sente e que vive o que deseja.

Pois bem, a diferença entre uma pessoa espontânea e uma impulsiva é o quanto cada uma se conhece. O quanto cada uma está em sintonia consigo mesma. O quanto cada uma se reconhece, se respeita e se acolhe. Enfim, a quantas anda a autoestima de cada uma.

Explico! Ser impulsiva, assim como ser espontânea, é se expor. Porém, a pessoa impulsiva é insegura. Não se sabe. Não se dá tempo de se olhar e se reconhecer nos acontecimentos. Está o tempo todo voltada para fora, para o outro. Acreditando que o outro faz e ela apenas reage. Dá ao outro e ao mundo o poder de direcionar seu próprio destino.

Ser impulsiva é oscilar, de forma dolorida e frustrante, entre a submissão e a agressividade. Entre exigir (e não pedir) e obedecer (e não escolher). É pensar, sentir e agir com o único intuito de atrair atenção para si. É tentar, o tempo todo, corresponder à sua fantasia sobre o que o outro deseja. É ignorar-se. E se perder e se arrepender repetidas vezes.

Já a espontaneidade é ser fluida. Se colocar e se mostrar também. Mas é, antes disso, aprender a reconhecer e respeitar os próprios limites. É saber até onde quer se expor e por que e quando fazer isso.

Não é se controlar. Não é se conter, se reprimir. É se saber. É escolher. É ser coerente. Alinhando pensamento, sentimento e ação. E se sentir tão autorizada e tão segura de si, que seu comportamento se baseia não só no seu potencial, mas também em suas limitações.

Isso significa que uma pessoa espontânea não é uma pessoa que age sem pensar. Pelo contrário. Ela pensa, analisa, observa. Ela se questiona, se percebe, se lê. Separa fantasia de realidade. Reconhece seus padrões repetitivos.

Enxerga as armadilhas que pode estar armando para si mesma. Está atenta às suas crenças limitantes. E usa todo esse conhecimento para estar no mundo. Para ser íntegra e inteira nos seus relacionamentos.

E a melhor notícia é que espontaneidade pode ser aprendida. Pode ser desenvolvida. No início, é como qualquer outro aprendizado. Você pensa mais antes de agir. Até fica insegura e sem saber se vai dar certo.

Mas depois, com treino e consistência, você percebe que já não precisa pensar em cada detalhe antes de falar, de se mostrar. E, mais do que isso, você descobre que não vai dar certo sempre. Que você vai errar. E que tudo bem. É assim mesmo.

Não se trata de perfeição. Trata-se apenas de ser você, com toda a sua ímpar, perfeita e bela imperfeição. E assim, de ser mais e mais espontânea a cada permissão que você se dá de simplesmente viver e amar. Com tudo o que você é!

Nenhum encontro é por acaso!

Outro dia, num desses aplicativos de rede social, fui convidada a descobrir qual era a “frase da minha vida”. Adorei o resultado:

“A gente não encontra ninguém nessa vida por acaso. Cada pessoa é um teste, uma lição ou um presente”.

Além de concordar plenamente, me peguei numa curiosa reflexão. Como é uma pessoa “teste”, como é uma pessoa “lição” e como é uma pessoa “presente” na vida da gente?

Presente é a mais fácil de identificar, me parece. É aquela com quem a gente se dá super bem, se identifica, se diverte e ama.

A pessoa “lição” também não parece complicada de compreender. É aquela que nos ensina, seja pela dor, seja pelo amor. Mas principalmente pela dor. Porque se for pelo amor a gente classifica como “presente”.

Mas e a pessoa “teste”? Imaginei ser aquela que nos desafia. Que nos provoca, no pior dos sentidos. Que parece ter a facilidade de nos fazer sentir como se não fôssemos nós mesmos. Que parece fazer a gente não gostar de quem está sendo.

Imaginei também ser aquele tipo de pessoa que entra na vida da gente e parece que tira tudo do lugar. Que bagunça nossa paz. Que nos desperta irritação, vontade de brigar, reações impulsivas. E a gente termina se sentindo vítima, refém.

A questão é justamente essa! Em geral, acusamos o outro. Acreditamos que a culpa por tudo de ruim que estamos sentindo é dele. E que se não fosse ele, estaríamos bem. A vida estaria tranquila.

Só que a frase começa com uma sentença na qual acredito totalmente também: a gente não encontra ninguém nessa vida por acaso! Ou seja, se a tal pessoa entrou e está na nossa história, é porque deixamos. E não foi por acaso. O teste é nosso mesmo!

E tem mais: o outro não tem o poder de inventar um sentimento dentro da gente. Ele tem o poder somente de despertar, de acordar, de remexer. O sentimento, qualquer um que a gente sinta, já está dentro. Já é nosso. Já era antes do outro chegar. Ou, no mínimo, abrimos espaço para que surgisse neste momento.

No final das contas, não existem culpados e inocentes. Todo encontro é uma alquimia, uma dinâmica. E nunca por acaso! Além disso, quem temos sido na vida do outro. Dos outros. De todos com quem nos relacionamos: presentes, lições ou testes?

Queremos ser presentes sempre, claro. Mas nem sempre somos. Às vezes, somos lições e, noutras, somos testes. Talvez dos mais difíceis. E aí? Se nenhum encontro é por acaso, qual é o aprendizado?

Para descobrir, só tem um jeito: vivenciar de fato presentes, lições e testes. Assim, cada um de nós seremos, em última instância, uma ponte que conduz o outro (e a nós mesmos) até o lugar tão desejado.

Porque cada encontro é uma chance de chegarmos mais íntegros e mais inteiros. Porque só assim o grande milagre do amor acontece e todos os sentimentos podem, finalmente, fazer sentido!

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Pessoas ansiosas vomitam sentimentos!

Por Rosana Braga

Já comeu comida estragada e sentiu cair feito uma bomba no seu estômago? A dor e o desconforto eram tão grandes que só passou depois que você conseguiu colocar tudo pra fora?

Sim, o vômito pode ser sua única salvação em algumas situações. Por mais agressivo que seja esse movimento, por pior que seja a sensação, pode ser a única forma de não ter seu corpo todo machucado, envenenado e ainda sofrer danos ainda piores.

Mas, verdade seja dita: vomitar é – e tem de ser – um ato circunstancial, esporádico, raro. Porque de tão “na contramão” que é esse processo, ele também agride seu corpo e fere o “caminho natural” da digestão.

O necessário, o saudável e o prazeroso está em digerir. E digerir significa justamente isso: quando o que você escolhe para se alimentar percorre uma sequência que satisfaz. Você sente o sabor do alimento, seu corpo é nutrido e, depois de absorver todos os componentes que te fazem crescer, descarta o que não serve para mais nada.

E quanto às suas emoções? E quanto ao que você sente? Tem feito o que com tudo isso? Se você é uma pessoa ansiosa, muito provavelmente sabe bem o que é dor de estômago e essa sensação de que suas emoções caem como uma bomba dentro de você!

Não é comida estragada, mas… justamente por não saber como lidar com o que sente, por não saber digerir suas emoções, você vomita! Joga pra fora o que está pensando e sentindo de um jeito tão agressivo que tende a ferir não só o outro, mas também a si mesma.

E se você for muito ansiosa, provavelmente faz esse movimento “na contramão” tantas vezes que termina “sujando” tudo ao seu redor. E, pior do que isso, por não se permitir digerir, não sente o verdadeiro sabor do que vivencia, não absorve os nutrientes e vai ficando fraca, desnutrida e, finalmente, adoecida.

Desperdiça seus encontros. Abre mão de tudo de bom que seus relacionamentos poderiam trazer para sua vida. E também não aproveita seus próprios sentimentos como possibilidades de aprendizado e amadurecimento emocional.

Seu coração perde a preciosa oportunidade de assimilar tudo o que você é capaz de sentir: alegria, tristeza, decepção, prazer, raiva, saudade, carinho, medo, dor, entusiasmo. Enfim, tudo o que faz de você um ser humano com um potencial incrível para experimentar o amor e a vida em todas as suas nuances.

Sugiro que, diante de qualquer emoção – exceto se realmente ela estiver envenenada – você respire fundo e permita-se digerir, absorver, assimilar e transformar. Que você se autorize a viver o processo que viabiliza a genuína felicidade. O processo de ser, de estar e de amar.

Você não é você quando se apaixona?

Por Rosana Braga

Imagine a seguinte situação: você está com muita fome. Deixou passar a hora certa de comer e agora sente seu estômago revirar, reivindicando algum alimento. Paralelamente, é provável que você sinta seu humor também começar a mudar. É seu corpo pedindo. Ou melhor, já praticamente implorando.

E você sai em busca de algo para se satisfazer. Qual a escolha mais provável: que você procure calma e conscientemente uma comida de qualidade ou que opte pela primeira coisa comestível e minimamente apetitosa que aparecer em sua frente?

E mais: que você mastigue tranquilamente cada bocada desse alimento e coma em quantidade moderada ou que engula após algumas rápidas e insuficientes mastigadas e termine comendo mais do que realmente seu corpo precisa?

Se essa situação acontece raramente em sua vida, tudo bem. Mas se você é do tipo que mantém uma rotina desorganizada e vive adiando a satisfação de suas necessidades básicas, é muito provável que você viva com fome e escolha, na maioria das vezes, comidas do tipo “fast” e “trash”.

Resultado: especialmente a longo prazo, nutrientes inadequados, falta de vitaminas, talvez gastrite, talvez sobrepeso, mau hálito, irritabilidade, pele suja, colesterol alto, entre outras várias possibilidades de consequências ruins.

Certo, não sou nutricionista e não é da sua fome física que quero realmente falar. É que outro dia, durante um atendimento, minha cliente soltou a seguinte frase:

Rosana, você já viu aquela propaganda do chocolate que diz que você não é você quando está com fome? Então, eu não sou eu quando estou envolvida, quando me apaixono!

E eu simplesmente a-do-rei a comparação! E para explicar a ela o quanto fazia sentido o paralelo da fome emocional com a fome física, falei coisas do tipo que escrevi acima, no início desse artigo.

Claro! Como humanos que somos, sentimos fome emocional também. Temos necessidade de alimentar nosso coração. Temos, inclusive, um profundo e genuíno desejo de sermos aceitos e amados.

E caso isso não aconteça, ficamos carentes, famintos de atenção. Nosso humor começa a mudar e saímos, rapidamente, em busca de algo para nos satisfazer. Mas, quanto mais demoramos a fazer isso, mais nossas escolhas serão parecidas com aquelas que fazemos quando estamos famintos de comida: “fast” e “trash”.

Ou seja, sem pensar, sem consciência, de forma impulsiva e, pior de tudo, optando pelo que nos faz mal em última instância. Engolindo encontros e relacionamentos que satisfazem momentaneamente, mas que, a longo prazo, nos desequilibram e até nos fazem adoecer, desta vez emocionalmente.

Agora, vem a pergunta que não quer calar! Quando somos bebês e sentimos fome, o que fazemos? Choramos! E o que acontece? O “tetê” chega saudável, rápido e quentinho, pelo menos na maioria dos casos, embora infelizmente nem todos os bebês tenham o privilégio dessa necessidade básica satisfeita.

E quando crescemos? Adianta chorar? Talvez sim, algumas vezes. Mas se você chorar toda vez que estiver com fome, seja de comida ou de atenção e carinho, rapidamente será descartada da roda de amigos e vai se tornar uma chata de galocha. Porque, convenhamos, você não é mais bebê e não deveria se comportar como um.

E o que seria crescer e se comportar como adulto? Bem, pode até chorar de vez em quando, mas em geral, ser gente grande é se tornar responsável pela própria alimentação. É você quem tem de saber, agora, a que horas deve se alimentar e com que tipo de comida, com que qualidade e quais são suas preferências saudáveis.

E, sobretudo, precisa ter o mínimo de disciplina e conhecimento para saber o que te faz bem e o que te faz mal. Não pode esperar para sair em busca do que nutre seu corpo e seu coração somente quando já estiver faminta, implorando, aceitando qualquer coisa, lambendo migalhas e se desnutrindo e destruindo aos poucos…

Por fim, se estamos falando de alimento emocional, é bom que você saiba: é você que se alimenta. E o alimento não é o outro. O outro pode ser uma deliciosa companhia. Pode ser uma agradável parte do ritual de se nutrir. Mas não é o alimento. Não pode ser.

Porém, se você insiste em ver no outro uma apetitosa coxa de galinha ou seu pedaço de pizza preferido ou ainda o chocolate no qual você é viciada, vai ter problemas! Não vai ser você! Vai ser uma pessoa desequilibrada, com certa aparência insana, que assusta o outro ao se aproximar feito bicho faminto.

Comece as e alimentar no ritmo certo. De 3 em 3 horas. Com conteúdos saudáveis, nutritivos e que te fazem bem. Descubra do que gosta. O cardápio é extenso: amigos, caminhar, teatro, ler, cursos,dolce far niente, meditação, música, dança, trabalho, organizar as gavetas, cozinhar, brincar, filhos, sobrinhos, viagem, família, oração, observar, olhar para si mesma, fazer tricô, consertar o carro, desenhar, criar, cortar a grama, conversar, visitar um asilo… E a lista iria bem longe!

Mas, pelo amor de Deus, você precisa parar de acreditar que o outro vai matar sua fome. Não vai. Não existem pessoas mastigáveis no cardápio. Não somos canibais. Não comemos carne humana e nem as emoções alheias para satisfazer nossa carência.

E pode apostar que, ao se alimentar, você será você mesma quando se envolver e se apaixonar. Forte, nutrida, vitaminada e gostosa! Você bem apetitosa para encontros e relacionamentos que vai escolher conscientemente, feito gente grande, pronta para dar e receber – e não para sugar o outro de canudinho e ainda passar mal depois…