Seu amor é Infantil, Adolescente ou de Gente Grande?

Por Rosana Braga

Pensei em perguntar se seu amor é permissivo, exigente ou recíproco. Mas resolvi trocar os termos. No final, a ideia é a mesma. Que dinâmica você vive nos seus relacionamentos? Como você age e reage diante das situações vividas a dois?

Essas três dinâmicas revelam bem o que acontece nos relacionamentos de maneira geral. E, acredito absolutamente que ninguém vive um encontro por acaso. Uma pessoa só entra em sua vida se algo nela se enganchar em algo em você.

Caso contrário, ela apenas passa. Não te desperta. Não te interessa. Não ressoa e não entra em sintonia. Não faz história. Não deixa nada e nada leva de você. Segue adiante para se encaixar em outra vida.

E se fica, se engancha, se encaixa, se desperta, se interessa, se ressoa, se faz história, se se deixa na sua história e coloca você na dela, então tudo isso acontece num determinado nível de maturidade.

Depende do quanto cada um conhece a si mesmo. Depende do quanto um e outro acreditam que merece. Depende do quanto cada qual sabe o que quer e o que não quer. Depende, enfim, da clareza e da consciência com que ambos fazem suas escolhas!

Quando seu amor é Infantil
Não existe segurança e nem autoconfiança para se relacionar de modo consciente. Sua dinâmica é permissiva. Você tem dificuldade de se colocar. Acata o que é do outro. Idealiza e fantasia sobre quem o outro é. Aposta que ele sabe mais e melhor sobre o que é bom para você. E se não é bom, aceita mesmo assim, porque não consegue se responsabilizar. Você é permissiva porque não consegue escolher. Escolhida fica porque falta sabedoria para se bancar e assumir as consequências. E magoa a si mesma porque não experimenta a reciprocidade.

Quando seu amor é Adolescente
Você é impulsiva. Reage sem pensar. Rebela-se. Faz drama. Escreve e assina contratos que rasga em seguida. Não está segura sobre o que quer. Nem sobre o que não quer. Vive em conflito. Mente para si mesma para justificar seus atos e suas supostas escolhas. Ainda não são escolhas, embora você pense que sim. Falta consistência nas decisões. Falta preencher as próprias faltas. Você é exigente com o outro porque não conhece seus próprios procedimentos. Escolhida fica porque falta coragem para lidar com as perdas e as frustrações. Tem medo de crescer. E magoa a si mesma porque sabe o que está perdendo.

Quando seu amor é de Gente Grande
Também tem dor. Também tem perdas e frustrações. Mas você faz suas escolhas e, se doer, depois de chorar, sem se demorar, bota o coração em modo de aprendizado e cresce um pouco mais com a situação. Nada se perde. Transforma-se em pontes que conduzem você a um amor mais claro, mais raro, mais coerente. Amor de gente grande não é perfeito. É apenas refeito, dia após dia. Olhando primeiro para si mesma e depois, com a mesma disponibilidade, para o outro. E diante da própria verdade, gente grande faz escolha. E banca cada uma delas, seja perdoando ou, sobretudo, pedindo perdão. Talvez você ainda se magoe. Mas jamais sem ressignificar e construir mais uma nova ponte.

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Um instante de amor, por favor!

Que dia é hoje? Data especial? Comemoração de algo? Se não for, perfeito. Porque é desse tipo de dia que estou falando. Porque são neles que, em geral, julgamos desnecessárias as demonstrações de amor recheadas de intenção e presença.

São nos dias comuns, onde a rotina se impões e nos cobra tarefas, resultados e solução de problemas, que nos esquecemos de oferecer um instante de amor a quem, paradoxalmente, mais amamos.

E embora seja realmente importante comemorar as datas especiais com requintes e rituais específicos, é tão ou mais importante nutrir o amor no ritmo morno dos dias que voam sem motivos aparentes para serem celebrados.

Porque, sem que nos demos conta, essa falta de presença inteira e genuína vai apagando lenta e letalmente o brilho de uma relação que, apesar de talvez não parecer, tem fome de atenção todos os dias.

Não basta dormirem juntos. Muitas vezes, não basta nem que façam amor. A transa tende a se tornar automática, fugaz, distante. Não basta sentarem-se à mesa ao mesmo tempo, porque em tantas casas é o celular quem fica com a presença a maior parte do tempo.

Atenção é olhar nos olhos, sorrir e se interessar de verdade. É parar tudo, desligar os dispositivos, e simplesmente ficar, de mãos dadas talvez, fazendo perguntas um sobre o outro e ouvindo com todo o seu corpo.

Pode parecer muito poético para alguns, muito patético para outros. Mas o fato é que relação é como ser vivo: se a gente não cuida diariamente, murcha. E, daí, não tem férias que salve. Não tem joia que resgate. Não tem arrependimento que dê conta de reconstruir o que foi perdido pela insistente negligência.

Então, hoje é dia de nada? Ótimo, porque é a ocasião perfeita para um agradecimento despretensioso, uma flor, um bilhete, um convite para jantar fora, um passeio de mãos dadas. Talvez uma dança, uma brincadeira de criança ou um instante que faça toda a diferença!