Você não aguenta mais estar solteira?

Por Rosana Braga

Assisti a um filme* estilo comédia romântica, dia desses. Era sobre quatro amigas no casamento de uma delas. As três que não estavam se casando admiravam a festa e a felicidade da quarta enquanto conversavam sobre amor e relacionamento.

Uma delas era muito bem-sucedida profissional e financeiramente, mas continuava desesperadamente apegada a um relacionamento do passado que não tinha dado certo.

A outra, bastante perdida profissionalmente, estava envolvida com um homem casado e que viva prometendo se separar da esposa para ficar com ela há alguns anos.

E a terceira era apaixonada pelo pai do filho dela, que tinha nove anos, e não tinha coragem de se declarar. Vivia fechada para novos pretendentes, carente e frustrada.

Num determinado momento da conversa, as três se decidiram: “Eu não aguento mais isso! Não quero mais ser solteira. Vamos prometer que, de um jeito ou de outro, daqui a um ano estaremos casadas (ou prestes a…)”.

Por coincidência, era véspera de ano novo que o casamento da amiga acontecia. Deu meia noite e a contagem regressiva começou. Elas tinham 365 dias para arrumar um aspirante a marido que as levassem ao altar ou pelo menos lhes dessem o tão sonhado anel.

Valia de tudo! Uma delas criou um perfil num site de relacionamento e marcou o maior número de encontros que conseguiu. Claro que aconteceu de tudo. Do mais interessante ao mais bizarro que você possa imaginar.

A outra tentava, a todo custo, inclusive bancando a detetive, provar ao dito cujo que o melhor mesmo era se separar da atual esposa para ficar com ela. Perdeu o respeito por si mesma, deu vexame, desfocou do que realmente importava e… você já deve imaginar o final dessa tentativa de se casar.

E a última provocou situações com o pai da criança, deu indiretas, se insinuou e até arriscou encontros às escuras com um desconhecido, mas não parou de falar do filho durante todo o jantar.

E o tempo passava. De tentativa em tentativa, muitos sentimentos afloravam em cada uma. Medo, tensão, ansiedade, carência, frustração, insegurança> Mas também esperança e fé de que o anel valia o esforço.

Mas depois de algumas atitudes e escolhas desastrosas, elas foram se dando conta de que o grande objetivo, ou melhor, a tão merecida felicidade, não estava necessariamente no anel, no casamento, no status de relacionamento que a sociedade, muitas vezes, cobra impiedosamente das mulheres.

A verdadeira felicidade está em se permitir, em se autorizar. Está em olhar atentamente ao redor, sem tentar se encaixar em algum padrão que não é o seu. Sem tentar fazer dar certo a qualquer preço.

O amor é consequência de histórias vividas com autenticidade, respeito e coerência. E tudo isso começa dentro, nas crenças, nos valores. Porque, no final das contas, e exatamente como acontece no filme, o compromisso mais importante é aquele que você faz com quem você vê bem diante do espelho.

De resto, tudo é experiência, aprendizado e história que fica na aventura que você chama de sua vida!

 

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* Filme “Um anel para você”

Quando sofre, você desmonta ou desmancha?

Por Rosana Braga

Lá por 2003, 2004, eu sofri muito. Tinha rompido um relacionamento por causa de uma traição. E nem foi com uma fulana qualquer que o dito cujo me traiu. Foi com uma grande amiga. Imagine como fiquei. Só de alguém perguntar como eu estava, já começava a chorar. Era inevitável.

A boa notícia? A dor passa. A notícia melhor ainda? A gente pode aprender com ela. E aprender lições impagáveis sobre quem a gente é e que dinâmica a gente costuma instituir nas relações que vive.

Acontece que, nessa época, eu tive um início de depressão. A sensação era de que nunca mais voltaria a me sentir feliz no amor e de que aquela frustração me consumiria de tanta tristeza. E eis que, em uma sessão de terapia, minha querida terapeuta me disse:

_ Rosana, não se preocupe! Eu te conheço! Você desmonta, mas não desmancha!

Num primeiro momento, não entendi muito bem o que ela quis dizer! Qual era a diferença? E que me importava se estava desmontada ou desmanchada. Eu me sentia completamente sem rumo, sem respostas, sem entender por que aquilo tinha acontecido…

Mas, com o tempo, eu entendi. E nunca mais me esqueci. Aquela verdade se tornou uma espécie de mantra para mim, para nutrir minha autoestima. “Eu posso até desmontar, mas não desmancho”.

Sim, porque quando a gente desmonta, é como se desiludir. É bom! A gente desconstrói uma ilusão. Abre mão de uma mentira que vinha se contando. Para de se enganar só para não ter de lidar com o medo da solidão, de nunca dar certo no amor ou com as próprias dificuldades.

A gente desmonta o que não está funcionando. Vive o luto daquela perda. E depois recomeça. Mais madura. Mais alinhada com o próprio coração. Mais sintonizada com o que a gente realmente quer.

Mas algumas pessoas, diante da dor, se entregam à sensação de que nunca mais vai passar. Ficam insistindo na ideia de que não tem mais jeito, de que nunca mais vão encontrar alguém melhor ou tão bacana. Enfim, a pessoa se fecha num buraco sem se dar conta de que está caindo numa perigosa armadilha criada por sua mente ansiosa e cheia de medos.

Só que, quando uma pessoa vai desmanchando enquanto sofre, ela vai se perdendo, se fragilizando, fechando os olhos para todos os seus recursos internos, negando todas as novas portas que se abrem quando uma se fecha.

Quando você permite que a dor te desmanche, você desiste de si mesma. E isso é profundamente lamentável. Porque existem caminhos, alternativas, pessoas que podem ajudar você a se levantar e se reconstruir, recomeçar.

E, mais importante do que isso, existem técnicas e formas de transformar esse rio de lágrimas em preparação para o melhor que está por vir. Até porque, na maioria das vezes, a decepção é um convite imperdível, intransferível e fundamental para que você consiga enxergar aquilo que tanto merece viver. Ou melhor, enxergar o caminho até lá!

Por isso, se você se sente desmanchando agora, seja por qual razão for, para tudo! Comece a reconhecer suas partes desmontadas. Comece a enxergar as novas formas que você pode ganhar. E feito casa em reforma, se dê a chance de um novo designer, de uma alma lavada e um coração curado. Porque é disso que são feitos a vida e o amor: de um constante recomeçar. Mas sempre com uma nova noção de merecimento!

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Um instante de amor, por favor!

Que dia é hoje? Data especial? Comemoração de algo? Se não for, perfeito. Porque é desse tipo de dia que estou falando. Porque são neles que, em geral, julgamos desnecessárias as demonstrações de amor recheadas de intenção e presença.

São nos dias comuns, onde a rotina se impões e nos cobra tarefas, resultados e solução de problemas, que nos esquecemos de oferecer um instante de amor a quem, paradoxalmente, mais amamos.

E embora seja realmente importante comemorar as datas especiais com requintes e rituais específicos, é tão ou mais importante nutrir o amor no ritmo morno dos dias que voam sem motivos aparentes para serem celebrados.

Porque, sem que nos demos conta, essa falta de presença inteira e genuína vai apagando lenta e letalmente o brilho de uma relação que, apesar de talvez não parecer, tem fome de atenção todos os dias.

Não basta dormirem juntos. Muitas vezes, não basta nem que façam amor. A transa tende a se tornar automática, fugaz, distante. Não basta sentarem-se à mesa ao mesmo tempo, porque em tantas casas é o celular quem fica com a presença a maior parte do tempo.

Atenção é olhar nos olhos, sorrir e se interessar de verdade. É parar tudo, desligar os dispositivos, e simplesmente ficar, de mãos dadas talvez, fazendo perguntas um sobre o outro e ouvindo com todo o seu corpo.

Pode parecer muito poético para alguns, muito patético para outros. Mas o fato é que relação é como ser vivo: se a gente não cuida diariamente, murcha. E, daí, não tem férias que salve. Não tem joia que resgate. Não tem arrependimento que dê conta de reconstruir o que foi perdido pela insistente negligência.

Então, hoje é dia de nada? Ótimo, porque é a ocasião perfeita para um agradecimento despretensioso, uma flor, um bilhete, um convite para jantar fora, um passeio de mãos dadas. Talvez uma dança, uma brincadeira de criança ou um instante que faça toda a diferença!