Nenhum encontro é por acaso!

Outro dia, num desses aplicativos de rede social, fui convidada a descobrir qual era a “frase da minha vida”. Adorei o resultado:

“A gente não encontra ninguém nessa vida por acaso. Cada pessoa é um teste, uma lição ou um presente”.

Além de concordar plenamente, me peguei numa curiosa reflexão. Como é uma pessoa “teste”, como é uma pessoa “lição” e como é uma pessoa “presente” na vida da gente?

Presente é a mais fácil de identificar, me parece. É aquela com quem a gente se dá super bem, se identifica, se diverte e ama.

A pessoa “lição” também não parece complicada de compreender. É aquela que nos ensina, seja pela dor, seja pelo amor. Mas principalmente pela dor. Porque se for pelo amor a gente classifica como “presente”.

Mas e a pessoa “teste”? Imaginei ser aquela que nos desafia. Que nos provoca, no pior dos sentidos. Que parece ter a facilidade de nos fazer sentir como se não fôssemos nós mesmos. Que parece fazer a gente não gostar de quem está sendo.

Imaginei também ser aquele tipo de pessoa que entra na vida da gente e parece que tira tudo do lugar. Que bagunça nossa paz. Que nos desperta irritação, vontade de brigar, reações impulsivas. E a gente termina se sentindo vítima, refém.

A questão é justamente essa! Em geral, acusamos o outro. Acreditamos que a culpa por tudo de ruim que estamos sentindo é dele. E que se não fosse ele, estaríamos bem. A vida estaria tranquila.

Só que a frase começa com uma sentença na qual acredito totalmente também: a gente não encontra ninguém nessa vida por acaso! Ou seja, se a tal pessoa entrou e está na nossa história, é porque deixamos. E não foi por acaso. O teste é nosso mesmo!

E tem mais: o outro não tem o poder de inventar um sentimento dentro da gente. Ele tem o poder somente de despertar, de acordar, de remexer. O sentimento, qualquer um que a gente sinta, já está dentro. Já é nosso. Já era antes do outro chegar. Ou, no mínimo, abrimos espaço para que surgisse neste momento.

No final das contas, não existem culpados e inocentes. Todo encontro é uma alquimia, uma dinâmica. E nunca por acaso! Além disso, quem temos sido na vida do outro. Dos outros. De todos com quem nos relacionamos: presentes, lições ou testes?

Queremos ser presentes sempre, claro. Mas nem sempre somos. Às vezes, somos lições e, noutras, somos testes. Talvez dos mais difíceis. E aí? Se nenhum encontro é por acaso, qual é o aprendizado?

Para descobrir, só tem um jeito: vivenciar de fato presentes, lições e testes. Assim, cada um de nós seremos, em última instância, uma ponte que conduz o outro (e a nós mesmos) até o lugar tão desejado.

Porque cada encontro é uma chance de chegarmos mais íntegros e mais inteiros. Porque só assim o grande milagre do amor acontece e todos os sentimentos podem, finalmente, fazer sentido!

Quer saber que tipo de amor você atrai? Clique aqui e faça o teste gratuitamente! (link: https://rosanabraga.com.br/teste/)

Pessoas ansiosas vomitam sentimentos!

Por Rosana Braga

Já comeu comida estragada e sentiu cair feito uma bomba no seu estômago? A dor e o desconforto eram tão grandes que só passou depois que você conseguiu colocar tudo pra fora?

Sim, o vômito pode ser sua única salvação em algumas situações. Por mais agressivo que seja esse movimento, por pior que seja a sensação, pode ser a única forma de não ter seu corpo todo machucado, envenenado e ainda sofrer danos ainda piores.

Mas, verdade seja dita: vomitar é – e tem de ser – um ato circunstancial, esporádico, raro. Porque de tão “na contramão” que é esse processo, ele também agride seu corpo e fere o “caminho natural” da digestão.

O necessário, o saudável e o prazeroso está em digerir. E digerir significa justamente isso: quando o que você escolhe para se alimentar percorre uma sequência que satisfaz. Você sente o sabor do alimento, seu corpo é nutrido e, depois de absorver todos os componentes que te fazem crescer, descarta o que não serve para mais nada.

E quanto às suas emoções? E quanto ao que você sente? Tem feito o que com tudo isso? Se você é uma pessoa ansiosa, muito provavelmente sabe bem o que é dor de estômago e essa sensação de que suas emoções caem como uma bomba dentro de você!

Não é comida estragada, mas… justamente por não saber como lidar com o que sente, por não saber digerir suas emoções, você vomita! Joga pra fora o que está pensando e sentindo de um jeito tão agressivo que tende a ferir não só o outro, mas também a si mesma.

E se você for muito ansiosa, provavelmente faz esse movimento “na contramão” tantas vezes que termina “sujando” tudo ao seu redor. E, pior do que isso, por não se permitir digerir, não sente o verdadeiro sabor do que vivencia, não absorve os nutrientes e vai ficando fraca, desnutrida e, finalmente, adoecida.

Desperdiça seus encontros. Abre mão de tudo de bom que seus relacionamentos poderiam trazer para sua vida. E também não aproveita seus próprios sentimentos como possibilidades de aprendizado e amadurecimento emocional.

Seu coração perde a preciosa oportunidade de assimilar tudo o que você é capaz de sentir: alegria, tristeza, decepção, prazer, raiva, saudade, carinho, medo, dor, entusiasmo. Enfim, tudo o que faz de você um ser humano com um potencial incrível para experimentar o amor e a vida em todas as suas nuances.

Sugiro que, diante de qualquer emoção – exceto se realmente ela estiver envenenada – você respire fundo e permita-se digerir, absorver, assimilar e transformar. Que você se autorize a viver o processo que viabiliza a genuína felicidade. O processo de ser, de estar e de amar.

Você não é você quando se apaixona?

Por Rosana Braga

Imagine a seguinte situação: você está com muita fome. Deixou passar a hora certa de comer e agora sente seu estômago revirar, reivindicando algum alimento. Paralelamente, é provável que você sinta seu humor também começar a mudar. É seu corpo pedindo. Ou melhor, já praticamente implorando.

E você sai em busca de algo para se satisfazer. Qual a escolha mais provável: que você procure calma e conscientemente uma comida de qualidade ou que opte pela primeira coisa comestível e minimamente apetitosa que aparecer em sua frente?

E mais: que você mastigue tranquilamente cada bocada desse alimento e coma em quantidade moderada ou que engula após algumas rápidas e insuficientes mastigadas e termine comendo mais do que realmente seu corpo precisa?

Se essa situação acontece raramente em sua vida, tudo bem. Mas se você é do tipo que mantém uma rotina desorganizada e vive adiando a satisfação de suas necessidades básicas, é muito provável que você viva com fome e escolha, na maioria das vezes, comidas do tipo “fast” e “trash”.

Resultado: especialmente a longo prazo, nutrientes inadequados, falta de vitaminas, talvez gastrite, talvez sobrepeso, mau hálito, irritabilidade, pele suja, colesterol alto, entre outras várias possibilidades de consequências ruins.

Certo, não sou nutricionista e não é da sua fome física que quero realmente falar. É que outro dia, durante um atendimento, minha cliente soltou a seguinte frase:

Rosana, você já viu aquela propaganda do chocolate que diz que você não é você quando está com fome? Então, eu não sou eu quando estou envolvida, quando me apaixono!

E eu simplesmente a-do-rei a comparação! E para explicar a ela o quanto fazia sentido o paralelo da fome emocional com a fome física, falei coisas do tipo que escrevi acima, no início desse artigo.

Claro! Como humanos que somos, sentimos fome emocional também. Temos necessidade de alimentar nosso coração. Temos, inclusive, um profundo e genuíno desejo de sermos aceitos e amados.

E caso isso não aconteça, ficamos carentes, famintos de atenção. Nosso humor começa a mudar e saímos, rapidamente, em busca de algo para nos satisfazer. Mas, quanto mais demoramos a fazer isso, mais nossas escolhas serão parecidas com aquelas que fazemos quando estamos famintos de comida: “fast” e “trash”.

Ou seja, sem pensar, sem consciência, de forma impulsiva e, pior de tudo, optando pelo que nos faz mal em última instância. Engolindo encontros e relacionamentos que satisfazem momentaneamente, mas que, a longo prazo, nos desequilibram e até nos fazem adoecer, desta vez emocionalmente.

Agora, vem a pergunta que não quer calar! Quando somos bebês e sentimos fome, o que fazemos? Choramos! E o que acontece? O “tetê” chega saudável, rápido e quentinho, pelo menos na maioria dos casos, embora infelizmente nem todos os bebês tenham o privilégio dessa necessidade básica satisfeita.

E quando crescemos? Adianta chorar? Talvez sim, algumas vezes. Mas se você chorar toda vez que estiver com fome, seja de comida ou de atenção e carinho, rapidamente será descartada da roda de amigos e vai se tornar uma chata de galocha. Porque, convenhamos, você não é mais bebê e não deveria se comportar como um.

E o que seria crescer e se comportar como adulto? Bem, pode até chorar de vez em quando, mas em geral, ser gente grande é se tornar responsável pela própria alimentação. É você quem tem de saber, agora, a que horas deve se alimentar e com que tipo de comida, com que qualidade e quais são suas preferências saudáveis.

E, sobretudo, precisa ter o mínimo de disciplina e conhecimento para saber o que te faz bem e o que te faz mal. Não pode esperar para sair em busca do que nutre seu corpo e seu coração somente quando já estiver faminta, implorando, aceitando qualquer coisa, lambendo migalhas e se desnutrindo e destruindo aos poucos…

Por fim, se estamos falando de alimento emocional, é bom que você saiba: é você que se alimenta. E o alimento não é o outro. O outro pode ser uma deliciosa companhia. Pode ser uma agradável parte do ritual de se nutrir. Mas não é o alimento. Não pode ser.

Porém, se você insiste em ver no outro uma apetitosa coxa de galinha ou seu pedaço de pizza preferido ou ainda o chocolate no qual você é viciada, vai ter problemas! Não vai ser você! Vai ser uma pessoa desequilibrada, com certa aparência insana, que assusta o outro ao se aproximar feito bicho faminto.

Comece as e alimentar no ritmo certo. De 3 em 3 horas. Com conteúdos saudáveis, nutritivos e que te fazem bem. Descubra do que gosta. O cardápio é extenso: amigos, caminhar, teatro, ler, cursos,dolce far niente, meditação, música, dança, trabalho, organizar as gavetas, cozinhar, brincar, filhos, sobrinhos, viagem, família, oração, observar, olhar para si mesma, fazer tricô, consertar o carro, desenhar, criar, cortar a grama, conversar, visitar um asilo… E a lista iria bem longe!

Mas, pelo amor de Deus, você precisa parar de acreditar que o outro vai matar sua fome. Não vai. Não existem pessoas mastigáveis no cardápio. Não somos canibais. Não comemos carne humana e nem as emoções alheias para satisfazer nossa carência.

E pode apostar que, ao se alimentar, você será você mesma quando se envolver e se apaixonar. Forte, nutrida, vitaminada e gostosa! Você bem apetitosa para encontros e relacionamentos que vai escolher conscientemente, feito gente grande, pronta para dar e receber – e não para sugar o outro de canudinho e ainda passar mal depois…

Seu amor é Infantil, Adolescente ou de Gente Grande?

Por Rosana Braga

Pensei em perguntar se seu amor é permissivo, exigente ou recíproco. Mas resolvi trocar os termos. No final, a ideia é a mesma. Que dinâmica você vive nos seus relacionamentos? Como você age e reage diante das situações vividas a dois?

Essas três dinâmicas revelam bem o que acontece nos relacionamentos de maneira geral. E, acredito absolutamente que ninguém vive um encontro por acaso. Uma pessoa só entra em sua vida se algo nela se enganchar em algo em você.

Caso contrário, ela apenas passa. Não te desperta. Não te interessa. Não ressoa e não entra em sintonia. Não faz história. Não deixa nada e nada leva de você. Segue adiante para se encaixar em outra vida.

E se fica, se engancha, se encaixa, se desperta, se interessa, se ressoa, se faz história, se se deixa na sua história e coloca você na dela, então tudo isso acontece num determinado nível de maturidade.

Depende do quanto cada um conhece a si mesmo. Depende do quanto um e outro acreditam que merece. Depende do quanto cada qual sabe o que quer e o que não quer. Depende, enfim, da clareza e da consciência com que ambos fazem suas escolhas!

Quando seu amor é Infantil
Não existe segurança e nem autoconfiança para se relacionar de modo consciente. Sua dinâmica é permissiva. Você tem dificuldade de se colocar. Acata o que é do outro. Idealiza e fantasia sobre quem o outro é. Aposta que ele sabe mais e melhor sobre o que é bom para você. E se não é bom, aceita mesmo assim, porque não consegue se responsabilizar. Você é permissiva porque não consegue escolher. Escolhida fica porque falta sabedoria para se bancar e assumir as consequências. E magoa a si mesma porque não experimenta a reciprocidade.

Quando seu amor é Adolescente
Você é impulsiva. Reage sem pensar. Rebela-se. Faz drama. Escreve e assina contratos que rasga em seguida. Não está segura sobre o que quer. Nem sobre o que não quer. Vive em conflito. Mente para si mesma para justificar seus atos e suas supostas escolhas. Ainda não são escolhas, embora você pense que sim. Falta consistência nas decisões. Falta preencher as próprias faltas. Você é exigente com o outro porque não conhece seus próprios procedimentos. Escolhida fica porque falta coragem para lidar com as perdas e as frustrações. Tem medo de crescer. E magoa a si mesma porque sabe o que está perdendo.

Quando seu amor é de Gente Grande
Também tem dor. Também tem perdas e frustrações. Mas você faz suas escolhas e, se doer, depois de chorar, sem se demorar, bota o coração em modo de aprendizado e cresce um pouco mais com a situação. Nada se perde. Transforma-se em pontes que conduzem você a um amor mais claro, mais raro, mais coerente. Amor de gente grande não é perfeito. É apenas refeito, dia após dia. Olhando primeiro para si mesma e depois, com a mesma disponibilidade, para o outro. E diante da própria verdade, gente grande faz escolha. E banca cada uma delas, seja perdoando ou, sobretudo, pedindo perdão. Talvez você ainda se magoe. Mas jamais sem ressignificar e construir mais uma nova ponte.

baner-artigo

Um instante de amor, por favor!

Que dia é hoje? Data especial? Comemoração de algo? Se não for, perfeito. Porque é desse tipo de dia que estou falando. Porque são neles que, em geral, julgamos desnecessárias as demonstrações de amor recheadas de intenção e presença.

São nos dias comuns, onde a rotina se impões e nos cobra tarefas, resultados e solução de problemas, que nos esquecemos de oferecer um instante de amor a quem, paradoxalmente, mais amamos.

E embora seja realmente importante comemorar as datas especiais com requintes e rituais específicos, é tão ou mais importante nutrir o amor no ritmo morno dos dias que voam sem motivos aparentes para serem celebrados.

Porque, sem que nos demos conta, essa falta de presença inteira e genuína vai apagando lenta e letalmente o brilho de uma relação que, apesar de talvez não parecer, tem fome de atenção todos os dias.

Não basta dormirem juntos. Muitas vezes, não basta nem que façam amor. A transa tende a se tornar automática, fugaz, distante. Não basta sentarem-se à mesa ao mesmo tempo, porque em tantas casas é o celular quem fica com a presença a maior parte do tempo.

Atenção é olhar nos olhos, sorrir e se interessar de verdade. É parar tudo, desligar os dispositivos, e simplesmente ficar, de mãos dadas talvez, fazendo perguntas um sobre o outro e ouvindo com todo o seu corpo.

Pode parecer muito poético para alguns, muito patético para outros. Mas o fato é que relação é como ser vivo: se a gente não cuida diariamente, murcha. E, daí, não tem férias que salve. Não tem joia que resgate. Não tem arrependimento que dê conta de reconstruir o que foi perdido pela insistente negligência.

Então, hoje é dia de nada? Ótimo, porque é a ocasião perfeita para um agradecimento despretensioso, uma flor, um bilhete, um convite para jantar fora, um passeio de mãos dadas. Talvez uma dança, uma brincadeira de criança ou um instante que faça toda a diferença!