Já até imagino você fazendo aquela cara de nojo e pensando: “Credo, Rosana, claro que não! Tá maluca?”. E fico feliz que você tenha essa resposta na ponta da língua, sem precisar de tempo para pensar ou de mais algum dado para decidir.
Óbvio! A gente sabe: comida estragada faz mal. Mesmo que o gosto ainda não esteja ruim, se a gente sente que está estranha ou vencida, não come. Mesmo com fome. Mesmo com vontade. E se comer, sabendo ou sem saber que estava estragada, vai arcar com as consequências!
Talvez uma dor de barriga, vômito, diarréia, mal estar. Talvez algo mais grave, febre, infecção. E se não cuidar, nem fale! Pode-se literalmente morrer disso! Ou seja, o que você coloca para dentro de si precisa ser uma escolha consciente e cuidadosa, certo?
Não, não sou especialista em alimentos. E sim em emoções, autoestima, escolhas. E só queria mesmo fazer um paralelo com o tipo de relacionamento que temos ingerido. Às vezes, de tão carentes, nem mastigamos. Apenas engolimos. E depois não damos conta de digerir. Passamos mal.
Você já fez ou tem feito isso? Aceitado relacionamentos vencidos, que talvez até já estejam “estragados”? Se sim, eu sei: é porque temos fome de amor. De companhia, de uma boa conversa, de um carinho, de um abraço. E tudo bem. Tá tudo certo com isso.
Porém, quando a fome emocional está demais, alguma coisa está errada com o faminto. Ou melhor, com o carente: ou está comendo de menos, ou está comendo o que não satisfaz, ou está compulsivo. Sem controle. Sem condições de escolher o que vai consumir.
Mas a questão é a seguinte: sua carência é sua responsabilidade. Não do outro. Sei que não é fácil. Sei que dói. Também já me senti carente. Mas enquanto você continuar esperando que o outro sacie sua fome, preencha suas necessidades e ofereça a porção exata de atenção e carinho que você deseja, vai viver frustrado, insaciado e, na pior das hipóteses, vivendo mal e com a autoestima “no pé” por aceitar relacionamento “estragado”.
Acreditar que somente outra pessoa tem o poder de satisfazer sua fome emocional é uma das mais perigosas armadilhas na qual você pode passar a vida toda caindo, e se machucando. Por isso, se não está rolando um encontro legal, se você não está conhecendo alguém bacana, que esteja em sintonia com o que você deseja viver, procure outras fontes para evitar o excesso de carência!
Afinal, se naquele restaurante que você adora, o seu prato preferido não pode ser servido porque um dos ingredientes azedou, o que você decide?
1 – fazer greve de fome até que o prato volte a ser oferecido?
2 – comer estragado, mesmo que isso fira e adoeça o seu corpo?
3 – escolher outro prato?
Espero sinceramente que tenha escolhido a terceira opção. Porque se fechar e se recusar a sair de casa ou se afastar dos amigos ou ainda evitar conhecer gente nova não vai te ajudar em nada. Insistir num relacionamento que tem feito você se sentir não só mais carente, mas com a autoestima destruída também não é nada inteligente.
O melhor mesmo é contar com os amigos, se abrir para novas possibilidades, investir em atividades que te deem prazer e que não dependam de outras pessoas. Porque só assim você vai entender, de uma vez por todas, o que separa as pessoas seguras e que fazem escolhas maduras daquelas que sucumbem ao lugar de vítimas da vida, do amor e do azar.
Não é simples, mas é possível. Faça a sua escolha! Apenas pare de desperdiçar sua história com enredos defasados e repletos de emoções nocivas e que já perderam a graça…
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Uma resposta para “Aceita comida estragada?”
Perfeito, choque de realidade!