Autorização para ser inteira!

Queremos tudo. E queremos tudo perfeito. Mas isso não basta. Além de tudo perfeito, queremos para ontem. E sabe o que conseguimos? Frustração, ansiedade e sofrimento. Veja bem! Realmente não acho que devemos nos conformar com uma vidinha mais ou menos, com a mediocridade ou com realizações, desejos e sensações sempre mornas. Não é isso!

Mas às vezes ainda me surpreendo com essa mania – desgastante e ineficiente, diga-se de passagem – que a maioria das pessoas tem de acreditar que os extremos são mais interessantes. Ou temos de estar absurdamente felizes e completos e radiantes. Ou nos afundamos numa tristeza profunda, sem conseguir enxergar luz ao final do túnel.

O problema é essa ilusão de que só o sol e o calor são bonitos e gostosos. Como se só os sorrisos e as vitórias fossem bons. Não tem essa de bom ou ruim. O que tem é a vida. E a vida inclui sorrisos e vitórias, mas também dias frios, chuvosos, nublados… tristezas, enganos, dúvidas. A vida inclui, inclusive (perdoem-me a tautologia), a morte. Como toda boa história, tem começo, meio e fim. Morte não é o oposto de vida. É vida também.

Mas como não aceitamos, como brigamos e resistimos e nos revoltamos com o que julgamos não bonito ou não bom, sofremos. Perdemos a chance única de encontrar a poesia e a arte contidas no entremeio. Nem preto, nem branco. Todas as cores. Todos os tons. Todas as intensidades. Todos os sentimentos.

Sabe qual é o cúmulo da maluquice humana? É se sentir culpado por estar triste. É achar que chorar é coisa de gente fraca. É fingir que está tudo bem quando se está desabando por dentro. É usar máscaras e mais máscaras para negar a si mesmo. Para não se permitir.

Também não estou aqui para fazer um tributo à depressão. A questão é essa falta de autorização para ser inteiro. É essa estranha posição que ocupamos de quem PRE-CI-SA ser feliz a qualquer custo, nem que seja de mentira. Nem que seja só para se encaixar. E sem se dar conta de que esse “ser feliz”, assim tão contundente, tão perfeito, tão pra ontem, não existe, não se cabe, não se nutre.

Meu exercício, hoje, é para ser. Ser o frio, o calor, o nublado, o desfolhado, o sol, o vento e a chuva. Claro, escuro e crepúsculo. Dor e alegria. Quero me autorizar à inteireza. Ora resplandecente, ora murcha. Ora gargalhada, ora lágrima. Ora silêncio, ora voz. Ora um “plim” – que ótima ideia! Ora “ahhhh” – que “m” que eu fiz! Ser tudo, mas longe de perfeita. E somente por agora.

E assim, atenta ao que mais posso ser, sem julgar nem desmerecer, quero aprender que o perfeito é um modelo. Não existe. Não é ninguém. Sem rosto e sem alma. Sem coração e sem nome. Sem sobrenome. Sem a mágica e imperdível chance de viver. E de morrer. Para que a história da humanidade possa continuar a ser escrita. Cada dia mais belamente.

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Seu comportamento tem sido sábio, inteligente ou burro no amor?

Outro dia, participando de uma reunião entre empreendedores, ouvi uma colocação que me fez refletir profundamente sobre o modo como agimos e tomamos decisões, não só na área profissional, mas também, ou talvez até principalmente, na área afetiva.

O conceito passado ao grupo foi o de que uma pessoa está agindo de modo sábio quando observa o comportamento das outras ao seu redor, consegue fazer uma análise sensível e detalhada sobre os acontecimentos e tira da situação um aprendizado para sua própria vida. Ou seja, sábio é aquele que consegue aprender com o erro alheio. Assim, evita cometer equívocos já conhecidos, mesmo que nunca experimentados. Tais pessoas têm excelentes e rápidos resultados.

Já a pessoa que age de modo inteligente é aquela que, diante de sua própria atitude equivocada, consegue parar, analisar e perceber onde foi que errou. Das consequências inesperadas e até prejudiciais, ela extrai importantes lições e tende a não incidir no mesmo engano em situações semelhantes no futuro. Tais pessoas têm resultados muito bons e tendem a melhorar.

Por fim, a pessoa que tem atitudes consideradas “burras” é aquela que, já tendo cometido determinados erros e já tendo, inclusive, visto outras pessoas cometendo erros parecidos, volta a errar de novo e de novo. Sem olhar para si ou sem se responsabilizar pelos resultados que obtém, esse tipo de pessoa costuma culpar a tudo e a todos pela “falta de sorte” que tem na vida. Cegas de si mesmas, não conseguem elaborar uma percepção sensata e honesta de quem são e do que estão fazendo. Seus resultados, muitas vezes, nem chegam a ser medíocres. Precisariam de mais investimento para atingir a média!

E no amor? Como você tem agido? Qual tem sido seu comportamento recorrente? Você tem olhado para o outro apenas para apontar o dedo e criticá-lo? Ou olha como se ele fosse um mestre, a quem você deveria respeitar ao menos por estar te ensinando a como não fazer? Você tem aproveitado seus próprios enganos para se tornar uma pessoa mais conhecida para si mesma? Ou tem se chicoteado e se insultado, sem notar que um erro pode ser sua grande chance de recomeçar, de inovar e encaixar, finalmente, seus pensamentos, sentimentos e ações?

Ou, pior ainda, você tem desperdiçado seus dias e suas relações em enganos após enganos, sempre se lamentando e encontrando uma desculpa para adiar sua própria felicidade? Tem se convencido de que o amor não é para todos e se atolado em atitudes vazias e sem sentido para si mesma?

Sugiro que você aproveite a ocasião de celebrar o amor e a arte de namorar não para fazer comentários pequenos e mesquinhos sobre tudo o que poderia estar vivendo e não está! Mas para levantar a taça de sua própria história e brindar as infinitas possibilidades de aprendizagem, de mudança e, de verdade, com coragem e respeito por seu próprio coração, colocar-se no lugar de “eterno aprendiz”. Porque o amor ensina, inspira e vale muito a pena. Sempre vale!

O outro tem o direito de não gostar de você!

Frequentemente vejo pessoas se autodestruindo ou tentando destruir o outro porque não se conformam com o fato de não serem correspondidas. Afirmam insistentemente que amam e, em nome deste sentimento, julgam-se dona de toda e qualquer razão, como se qualquer atitude pudesse ser justificada por este sentimento.

Claro que desejamos ser correspondidos quando gostamos de uma pessoa. Óbvio que queremos nos relacionar com ela e creio que seja muito saudável fazermos o melhor que conseguirmos para tentar conquistá-la; mas precisamos considerar que nenhuma investida é garantida.

Faça o que fizer, haja o que houver e ainda assim o outro terá o direito de não querer, não gostar, não conseguir corresponder e oferecer os mesmos sentimentos. Acontece que algumas pessoas simplesmente não compreendem isso. São imaturas; comportam-se feito crianças que esperneiam e fazem birra a fim de conseguir o que querem.

Algumas optam pela autodesvalorização. Diante da recusa do outro, entregam-se às lamentações e não se cansam de repetir que são feias, desinteressantes e não têm sorte na vida. Pisoteiam sua própria auto-estima até realmente ficarem muito menos atraentes do que poderiam ser.

Existem as que mergulham tão profundamente nessas crenças que desenvolvem sentimentos próprios de depressão, instabilidade de humor, desânimo diante de tudo e de todos e, em alguns casos extremos, chegam até a desistir de viver.

Outras preferem atacar quem as rejeitou. Ainda que esta opção também signifique autodestruição, tais pessoas se empenham em bagunçar a vida do outro. Fazem escândalo na família dele, em frente a casa, tentam difamá-lo entre os amigos e, seja através de diretas ou de indiretas, não medem esforço para causar-lhe transtornos de todas as ordens.

Se você se derruba ou tenta derrubar o outro quando não consegue despertar nele o mesmo sentimento que o dedica, está na hora de crescer e amadurecer; de entender de uma vez por todas que as pessoas têm o direito de não gostar de você, assim como você também tem o direito de não gostar de alguém que se declara e revela o desejo de estar ao seu lado!

Sei que é triste, que a gente fica mal, chora e se angustia com uma recusa. Até aí, muito compreensível: todos nós desejamos ser amados por quem amamos. Mas depois de algum tempo (sejam dias ou alguns meses), isso tem de passar.

Aceitar o não é ser justo e democrático; é ser adulto o bastante para acatar os sentimentos do outro sem acreditar que ele tem o poder de lhe destruir caso não queira ficar com você. Não tem! E se você se vê destruído, saiba que a responsabilidade é sua e não do outro. Quem se destruiu foi você!

E enquanto digere a tristeza de não ser correspondido, comporte-se com dignidade. Não alimente pensamentos insensatos e unilaterais. Tente perceber como você pode se tornar melhor depois deste episódio. Sempre temos algo a aprender e as dores do amor servem perfeitamente para isso.

Por fim, não se esqueça: a gente só pode seduzir de verdade o coração de alguém quando usa, para tanto, atitudes de amor. Infantilidade, exageros, ofensas e acusações podem até fazer parte da reestruturação de uma relação, mas não podem persistir até que a única coisa que você mereça seja piedade. Porque, certamente, você merece bem mais do que isso!

Falta romantismo no seu relacionamento?

Dicas de como se tornar uma pessoa mais romântica!

Você conhece aquela estorinha sobre o jovem e extraordinário jardineiro que, ao terminar seu trabalho na casa de um de seus clientes, pede para usar rapidamente o telefone? Pois bem, o cliente autoriza e fica por perto. Assim, terminou escutando o que o rapaz tinha de tão importante a dizer para quem estava do outro lado da linha.

E ouve o discurso: “sou um excelente jardineiro, tem um valor mensal justo, limpo todo o quintal ao término do trabalho, recolho o lixo, aplico remédio nas plantas se for preciso, sou pontual e muito honesto. O senhor estaria interessado em conhecer meus serviços? Podemos marcar um horário conforme a sua disponibilidade!”.

Depois de alguns segundos em silêncio, o rapaz se despede dizendo: “ok, senhor. Muito obrigado pela atenção”. Ao desligar, o rapaz agradece o cliente e vai saindo. Mas o cliente, intrigado, questiona: “amigo, você fez uma excelente proposta a este homem e, mesmo assim, ele não aceitou nem conhecer seu trabalho?”.

E o rapaz rapidamente esclarece: “bem, ele me disse que não queria conhecer o meu trabalho porque está extremamente contente com o trabalho do jardineiro dele. E isso me deixa muito feliz, porque o jardineiro que presta serviços a ele por 5 anos sou eu! Liguei apenas para me certificar de que ele está satisfeito com o meu trabalho!”

Sabe por que te contei essa estória? Para lembrar que você até pode se achar uma pessoa romântica, mas isso não significa, necessariamente, que a pessoa que você ama acha o mesmo e está satisfeita. E é por isso que a comunicação é tão importante. Afinal, se você está num relacionamento, comprometido com o desejo de fazer dar certo, nada mais coerente do que alinhar suas atitudes com as expectativas da pessoa amada.

Claro que você não precisa fazer o que não quer só para agradar o outro o tempo todo. Mas claro também que duas pessoas que se amam precisam aprender a ceder, a fazer concessões e a ajustar muitas de suas escolhas e de seu comportamento a fim de viver de modo prazeroso. É este o grande exercício e o grande aprendizado do amor.

Muitas pessoas, especialmente as mulheres, reclamam da falta de romantismo no relacionamento. Na nossa cultura, romantismo tem a ver com gentileza, carinho, demonstrações de afeto, atenção e preocupação com o outro. Tem a ver com presentinhos fora das datas comerciais, surpresas, jantar a luz de velas, flores, café da manhã na cama, entre outras atitudes que nutrem e fortalecem um encontro amoroso.

No entanto, cada um tem seu jeito de sentir e, principalmente, de mostrar o que sente. E embora haja certo consenso sobre como é uma pessoa romântica, ainda há espaço para muitas interpretações e conclusões sobre o assunto. Não deixe que os famosos desencontros de comunicação estraguem seu namoro ou seu casamento.

Fazer perguntas como “você gostaria que eu fosse mais romântico?”, “o que é romantismo para você?”, “o que gostaria que eu fizesse para se sentir uma pessoa mais amada?” demonstra uma maturidade rara e um comprometimento capaz de transformar o seu relacionamento num encontro onde há parceria, companheirismo, confiança, desejo e vontade de investir cada vez mais nesta oportunidade de ser realmente feliz!

Você se dá demais nos seus relacionamentos?

Quando começa um relacionamento, você faz tudo o que pode e até o que não pode pelo outro? É aquele tipo de pessoa que se dedica sem medidas, que está disposta a responder sempre ‘sim’ à solicitação que seu par ainda nem fez?

O tempo vai passando e você se pergunta se tem feito o suficiente? À menor demonstração de dúvida do outro você se questiona sobre o que pode ter feito de errado e se está realmente fazendo o seu melhor? Tem a impressão de que será amada quanto mais bacana e ‘fora do comum’ você for?

E conforme o tempo passa mais e mais, sente que o outro ainda não está te amando quanto e como você gostaria? Você até fica triste, até cogita a possibilidade dele não estar sendo justo ou não estar reconhecendo tudo o que você faz, mas não desiste e não mede esforços para fazê-lo feliz?

Se você se casou com esse sujeito a quem tanto ama, tem a sensação de que vive seus dias em função desta relação? Já se pegou intuindo que faz, faz, faz, mas que nunca parece o bastante? Já se pegou pensando que gostaria de ser mais valorizada, reconhecida, elogiada e amada por tudo o que tem feito desde sempre? Suas amigas te chamam de boba, dizem que você se dá demais e que precisa mudar?

Fazer mais e mais é como passar o dia cozinhando deliciosas receitas, uma atrás da outra, e oferecendo todas elas, prato após prato, para uma pessoa que pode até já ter dito estar com fome, mas que você, de tão insegura e equivocada, saciou essa fome logo na entrada. Não esperou o momento do prato principal. Não reconheceu o momento da sobremesa. Deu tudo. Deu muito mais que o necessário. Não houve tempo para a fome querer mais. E se tem um ditado que pode revelar o que tem acontecido com nos seus relacionamentos, é: “Quando a barriga está cheia, toda goiaba tem bicho”!

Você tem mesmo se esforçado para ser a melhor goiaba. Mas o outro está com a barriga cheia e só consegue supor que você tem bicho! Não te quer. Não te aguenta mais. Não tem vontade de você! Porque você não dá tempo de a fome chegar. Porque você, principalmente e acima de tudo, nem reconhece a doce e gostosa goiaba que você é! E termina acreditando que tem bicho mesmo… e quase implorando para que ele te queira!

Sabe o que é que te falta? Sabe por que o outro parece não fazer a menor questão de te convencer a ficar? Quer mesmo descobrir? E mais do que descobrir, está realmente disposta a mudar o enredo cansativo e frustrante desta história? Então, minha cara, pare com isso! O outro só vê o que você mostra! Mas não o que você se esforça pra mostrar. Porque quem insiste é porque não tem certeza! Quem implora é porque duvida do quanto vale! Quem se dá demais é porque não sabe o que merece! E é justamente esse que tem sido o seu erro!

Pare de olhar para o lado errado! Pare de se dedicar a quem não pode te dar o que você tanto quer! Pare de se comportar feito tola – acreditando que será amada se fizer mais e mais e mais. Não será! O problema é que você não se sabe! Não se vê! Das poucas vezes que se olha, usa os olhos de quem já está farto. Olha de fora. Olha sem entrar e sem acender a luz!

Comece a reconhecer a sua própria fome. Mas não para se entupir de si mesma, sem medida, sem consciência. Porque isso também só servirá para se cansar e se frustrar. Ouça-se, conheça-se e descubra o que é você quer, agora, neste momento. Assim, de luzes acesas e com brilho próprio, vá em busca de se fazer feliz. E esteja certa de que não só será, mas parecerá e será tratada como uma goiaba suculenta e apetitosa!

Vende-se “grande amor”. Peça já o seu!

Alguns procurariam nos supermercados, como item de necessidade básica. Outros procurariam em perfumarias, como item para ocasiões especiais. Há ainda os que buscariam em lojas de roupas, como item para melhorar a aparência. Enquanto outros arriscariam as farmácias, tentando encontrar, enfim, o remédio para suas dores ou a cura para suas doenças.

Parece piada, mas infelizmente é verdade que muitas pessoas ainda acreditam que é possível encontrar um “grande amor” prontinho para ser consumido. E se iludem com essa possibilidade, desperdiçando a chance incrível de encontrar suas próprias ferramentas.

Não se empenham em inverter o olhar. Insistem em continuar olhando para fora. Onde não há respostas. Pelo menos não as certas. Não as delas. E para completar o quadro de fracasso e frustração, insistem também em se lamentar da falta de sorte ou de um mundo que não se alinha aos seus valores – mais nobres, elas querem dizer.

Que pena! Perdem a incrível chance de arrancar, de uma vez por todas, essa máscara de vítima ou de quem não se importa. Desperdiçam a fantástica oportunidade de abrir suas portas e janelas, abrir sua mente e seu coração, e simplesmente deixar a luz entrar. Acender-se. Enfim, enxergar-se!

E feito repetições de regras, comportamentos e desejos que não são seus, elas continuam procurando amores prontos. Chegam a apostar que vão encontrar algum sob medida. Feito especialmente para elas. Como se ao menos soubessem quais são as suas próprias medidas.

Não sabem! Não se sabem sob os ângulos mais importantes. Porque se ver dá trabalho. Pede ajustes. Requer um olhar acolhedor e justo. É preciso ter amor. Por si, pelo outro e pela vida. Sim, dá mesmo trabalho. Não é fácil. Mas é simples, como sempre digo. Quanto mais simplificamos, mais fácil se torna.

O problema é que a maioria prefere o complicado. O difícil mesmo. Alguns até se encantam pelo impossível. Sabe qual o nome para esta dinâmica? Sabotagem! E contra si mesmo! Ama quem está longe! Ama quem está comprometido! Ama quem não quer saber de amor! Ama a história que não vai rolar! E assim o ciclo se repete!

Mas o pior é que tais pessoas continuam procurando fora, como se existissem mesmo prateleiras expondo amores à venda. E o que eu mais queria era ser capaz de fazê-las entender que o caminho é o de dentro. E que um grande amor não é resultado de uma busca insana e desconecta. É consequência de um encontro leve e absolutamente essencial, mas que acontece primeiro consigo mesmo e com sua noção de merecimento!

Seu coração é burro? Dica para um melhor relacionamento amoroso

Já me cansei de ouvir essa reclamação, quase como um pedido de socorro que algumas pessoas insistem em fazer, culpando seu coração por ter tomado alguma atitude equivocada ou por ter sido impulsivo. Há ainda quem o acuse de ser muito emotivo. Ou melhor, de demonstrar demais o que sente. Nunca concordei com esta acusação e continuo sendo defensora absoluta deste que representa nossa dinâmica emocional e sentimental – o coração!

Minha defesa contra tais acusações injustas está baseada no fato de que a maioria das pessoas confunde esse danadinho (que realmente pode perder o rebolado e parecer que vai saltar pela boca quando se apaixona) com um pacote amarrotado e cheio de crenças equivocadas, medos, traumas e desconfianças.

O coração não é esse pacote! Esse pacote, frequentemente distorcido com pensamentos confusos, ideias parciais e preconceitos de todas as ordens é a nossa mente! A mente, mente! De contar mentiras mesmo. E, assim, mentirosa, ela nos engana. E nos faz acreditar que toda angústia que sentimos e todos os equívocos que cometemos é culpa do coração. Não é!

Veja bem! O coração é sábio. É sensível, perspicaz e intuitivo. Ele sempre acredita no amor, e sabe diferenciar uma cilada de uma oportunidade de ser feliz. O coração é silencioso. Barulhenta é a mente. O coração é tranquilo e pacífico. Agitada é a mente. O coração é centrado e sabe o que quer, como quer. Confusa, volúvel e “maria-vai-com-as-outras” é a mente.

Não vou dizer que o coração pensa antes de agir, porque ele não pensa. O coração sente. E quando sente, sabe! Quem pensa, pensa, pensa e ainda assim faz burrice é a mente. Pergunta pra todo mundo e não sabe a quem ouvir. A mente quer respostas. Quer certezas e explicações. Quer acabar com a dor de qualquer jeito. A mente dói e se perde. O coração dói e aprende. Fica mais forte e ainda mais sábio.

Então, se você quer parar de ser enganado por sua mente e começar a seguir seu sábio coração, anote essas dicas! Quando estiver sofrendo por amor, quando estiver se sentindo abandonado, trocado, preterido ou traído, quando não souber o que fazer, quando estiver perdido, com medo de demonstrar o que sente e não ser correspondido… apenas pare, respire fundo, relaxe os músculos e vá aquietando-se…

Parece simples, mas não é! Pode-se levar uma vida inteira para conseguir apenas parar, respirar, relaxar e aquietar-se. Pode-se levar uma vida toda para conseguir “calar as vozes-confusas-e-tolas” da sua mente e “conectar-se com o silêncio-que-tudo-diz” do seu coração. Mas quanto antes você começar a treinar, mais rapidamente vai conseguir. E menos vai sofrer!

Lembre-se! Agitação, confusão, angústia, mentiras e enganos têm a ver com a mente. Tire o foco dela. Pare de prestar atenção nas vozes que gritam dentro dela. Apenas respire. Aquiete-se. E quando sentir que, enfim, está conectado com a sua essência, então apenas pergunte-se: “o que eu quero?”, “o que eu realmente quero fazer diante desta situação… falar?… demonstrar?… esclarecer?… ou esperar… até que não restem mais perguntas… até que o silêncio seja a certeza de que agora é a hora certa…?”.

O amor não é uma guerra complicada entre duas mentes que não se ouvem e não se enxergam. É uma sintonia mágica entre dois corações que se sentem e se sabem. Simples assim!

Quais mentiras você se conta pra não ser feliz?

Talvez você realmente acredite que não se conta mentiras. Que tudo o que sua mente te diz é verdade! E se você pensa assim, talvez esteja aí a sua maior armadilha. Talvez este seja o maior de todos os buracos, no qual você cai toda vez que decide seguir em frente e, finalmente, ser feliz, especialmente quando essa felicidade tem a ver com relacionamentos amorosos.

Estou falando daquela voz que não se cala. Que fala o dia todo em sua mente. Se você acabou de se perguntar algo como “que voz? Do que é que ela está falando?”, então acabou de descobrir que voz é essa. Ela fala enquanto você caminha, enquanto toma banho, enquanto dirige, come e até enquanto faz amor, se você deixar. Ela fala desembestadamente, sem parar, enquanto você não se dá conta de que ela está falando.

Um dos momentos em que ela fala mais alto, para muitas pessoas, é quando elas se deitam para dormir. Daí a voz toma conta. Chega a gritar. E o sono passa longe. A pessoa vira de um lado para o outro e a voz não para! Ela fala de medos, inseguranças, arrependimentos, dúvidas, tristezas e dores. E de um modo bastante exagerado e distorcido!

Porém, no momento em que você – sua essência, sua consciência – finalmente bota o foco nela, quando você finalmente toma as rédeas da situação e diz algo como “opa! Alto lá! Quem é você para me perturbar desta forma?”, ela se intimida e vai se calando. E, então, é quando você pode comandar a sua própria voz. É quando você manda nela e não ela que manda em você. Mas o problema é que a maioria das pessoas passa grande parte da vida – senão toda – sem se dar conta disso. Sem perceber que é manipulado por esta voz. E por isso vive relações cheias de meias-verdades. Iludido. Desperdiçando muitas oportunidades de ser feliz!

Quer se livrar dessa armadilha? Então comece você a decidir o que a sua mente te fala. Comece a disciplinar seus pensamentos. Não há melhor maneira de fazer isso do que se alimentando com ideias altruístas sobre a vida e sobre os relacionamentos. Pare de ouvir músicas que falem de abandono, traição e tristeza. Pare de assistir a programas que mostram intrigas, falsidade e decepções. Pare de consumir tudo o que você não quer viver e comece a focar no que você mais deseja viver.

Livros que ensinam. Filmes que motivam. Músicas que inspiram. Há muita voz de verdades ao seu redor. Basta ter ouvidos para ouvi-las. Mas talvez você precise, antes, rever suas sintonias. Com quais pessoas, lugares e coisas você está sintonizado? São esses os canais que dão conteúdo para a voz que fala dentro da sua cabeça.

Ela fala que homem não presta? Que mulher é interesseira? Que não é possível viver um amor de evolução, paz e felicidade? Ela diz pra você duvidar? Diz pra você que a vida é assim mesmo e que quanto mais você faz pelo outro, menos valor você tem, mas que não tem outro jeito? A voz te angustia e te cansa? Então, é hora de ordenar que ela se cale. E que sua consciência e sua integridade ganhem vez e voz!

Amor de verdade existe, sim! É possível. Mas você tem de acreditar que merece! E entrar em sintonia com pessoas e lugares e situações coerentes. Precisa parar de acreditar em mentiras que te fazem viver uma vidinha bem mais ou menos. E passar a viver a melhor vida que for capaz de imaginar e desejar. É sobre isso que sua voz precisa começar a te contar!

Por que algumas pessoas só dão valor quando perdem?

Não sei o que é pior: já ter conhecido alguém que só dá valor ao que tem depois de perder, ou ser alguém assim. Não estou julgando. Não se trata de valores morais ou avaliações do tipo “certo” ou “errado”. O que quero dizer é que é mesmo lamentável só conseguir se dar conta de algo ou alguém quando já é tarde demais!

Sei que, aos mais céticos, parece conversinha inútil. Mas tenho visto, ouvido e até acompanhado algumas histórias de dar pena. Triste mesmo! De gente que parece estar contra si mesmo. De homens e mulheres botando a perder o que têm de melhor e de mais importante em suas vidas, simplesmente por não conseguirem enxergar o belo, o bom, o que, aos seus olhos fechados, parece pouco…

Muito já se repetiu que temos dois caminhos para aprender qualquer lição nesta vida: pelo amor ou pela dor. Em geral, infelizmente, escolhemos o segundo caminho. Claro, inconscientemente. Mas isso não nos torna vítimas ou inocentes. Nem culpados ou algozes, no entanto.

Trata-se, sobretudo, de uma constatação que deve, sim, servir para nos tornar mais atentos. É fato que já passou da hora de muitos de nós tomarmos uma boa sacudidela. Um susto suficientemente grande para nos fazer acordar e manter os olhos bem abertos!

Por todos os lados, vemos pessoas sendo amadas sem sequer notar, quiçá valorizar ou retribuir! Pessoas recebendo oportunidades incríveis, vivendo com familiares e amigos maravilhosos, estando em lugares imperdíveis… e nada! Só reclamando, só se lamentando, só desperdiçando. Pecando a vida!

Acreditam que a fonte nunca seca. Apostam que podem ignorar, disfarçar e adiar o amor à seu bel-prazer que nada vai mudar. E pior: acham que se mudar, nada vão perder, nada vão sentir, nada vão sofrer.

Mas quando chega o tal dia em que o outro se cansa e vai embora, ahhh, quando chega esse dia, é inacreditável o que já vi acontecer! Alguns, primeiro dão de ombros, como se nem se importassem. Mas com mais ou menos dias… para quase todos, o desespero bate! A lucidez chega e a impressão que dá é que, após curto-circuito, suas luzes se acenderam!

Mas agora? Agora acabou. Finito. O outro não quer mais. Cansou de tentar. Cansou, não de sua perfeição, porque isso não existe. Cada qual tem sua parte no enredo vivido. Mas, sim, cansou de se relacionar no escuro do outro!

E assim, diante da falta, do suposto abandono, arregalam os olhos! Reagem como se estivessem surpresos! “Como assim?!? O que houve?!?” E a fim de tentar reverter a situação, tornam-se tudo o que poderiam ter sido, mas nunca se dispuseram a ser! Flores, cartas, galanteios e declarações. Lágrimas, pedido de perdão, reconhecimentos e elogios.

As certezas, até então inexistentes, brotam de um não sei onde, baseadas num não sei o que, recheadas de propostas tão aguardadas, mas que jamais foram feitas. Onde estava esse desejo? Onde estava essa pessoa? Onde estava esse coração?

Preso em sua própria armadilha! Certamente escondido, defendido, entorpecido de falsas verdades, crenças distorcidas e enganos, tristes enganos. Sim, estou certa de que sua dor é mesmo real agora. Talvez tenha mesmo acordado. Mas talvez seja só a dor do vazio, da perda. Talvez seja a frustrante constatação de sua incapacidade de se entrelaçar. Talvez… Quem pode saber o que se passa?

Eu não posso! Quem esperou por atitudes durante tanto tempo também não tem como saber. Sem garantias. Sem certezas. Só quem pode descobrir qual a real disponibilidade, quais são os sentimentos pelos quais está pronto para viver é quem, de fato, acordou!

Portanto, se você é quem se cansou de esperar e foi embora… ou se você é quem, enfim, se deu conta de que estava dormindo, minha sugestão é que se aquiete, pare, respire, medite… Dê tempo ao tempo. Dê tempo ao outro e a si mesmo. Tente ser o mais honesto possível com seu próprio coração. A resposta virá de dentro. Da sua essência e não da sua tormenta.

E, por fim, se você nunca passou por isso, esteja atento ao seu amor para evitar as armadilhas. Porque não me restam dúvidas de que sucumbir a elas dói. Dói demais! E não há analgésico que faça passar.