Autorização para ser inteira!

Queremos tudo. E queremos tudo perfeito. Mas isso não basta. Além de tudo perfeito, queremos para ontem. E sabe o que conseguimos? Frustração, ansiedade e sofrimento. Veja bem! Realmente não acho que devemos nos conformar com uma vidinha mais ou menos, com a mediocridade ou com realizações, desejos e sensações sempre mornas. Não é isso!

Mas às vezes ainda me surpreendo com essa mania – desgastante e ineficiente, diga-se de passagem – que a maioria das pessoas tem de acreditar que os extremos são mais interessantes. Ou temos de estar absurdamente felizes e completos e radiantes. Ou nos afundamos numa tristeza profunda, sem conseguir enxergar luz ao final do túnel.

O problema é essa ilusão de que só o sol e o calor são bonitos e gostosos. Como se só os sorrisos e as vitórias fossem bons. Não tem essa de bom ou ruim. O que tem é a vida. E a vida inclui sorrisos e vitórias, mas também dias frios, chuvosos, nublados… tristezas, enganos, dúvidas. A vida inclui, inclusive (perdoem-me a tautologia), a morte. Como toda boa história, tem começo, meio e fim. Morte não é o oposto de vida. É vida também.

Mas como não aceitamos, como brigamos e resistimos e nos revoltamos com o que julgamos não bonito ou não bom, sofremos. Perdemos a chance única de encontrar a poesia e a arte contidas no entremeio. Nem preto, nem branco. Todas as cores. Todos os tons. Todas as intensidades. Todos os sentimentos.

Sabe qual é o cúmulo da maluquice humana? É se sentir culpado por estar triste. É achar que chorar é coisa de gente fraca. É fingir que está tudo bem quando se está desabando por dentro. É usar máscaras e mais máscaras para negar a si mesmo. Para não se permitir.

Também não estou aqui para fazer um tributo à depressão. A questão é essa falta de autorização para ser inteiro. É essa estranha posição que ocupamos de quem PRE-CI-SA ser feliz a qualquer custo, nem que seja de mentira. Nem que seja só para se encaixar. E sem se dar conta de que esse “ser feliz”, assim tão contundente, tão perfeito, tão pra ontem, não existe, não se cabe, não se nutre.

Meu exercício, hoje, é para ser. Ser o frio, o calor, o nublado, o desfolhado, o sol, o vento e a chuva. Claro, escuro e crepúsculo. Dor e alegria. Quero me autorizar à inteireza. Ora resplandecente, ora murcha. Ora gargalhada, ora lágrima. Ora silêncio, ora voz. Ora um “plim” – que ótima ideia! Ora “ahhhh” – que “m” que eu fiz! Ser tudo, mas longe de perfeita. E somente por agora.

E assim, atenta ao que mais posso ser, sem julgar nem desmerecer, quero aprender que o perfeito é um modelo. Não existe. Não é ninguém. Sem rosto e sem alma. Sem coração e sem nome. Sem sobrenome. Sem a mágica e imperdível chance de viver. E de morrer. Para que a história da humanidade possa continuar a ser escrita. Cada dia mais belamente.

Gostou? Veja outros artigos no meu BLOG FÓRMULA DO AMOR! E vídeos no meu CANAL DO YOUTUBE. Tudo GRATUITAMENTE e feito especialmente pra você!

Share on facebook
Facebook
Share on google
Google+
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Olá,

Gostou? Deixe um comentário!

2 respostas para “Autorização para ser inteira!”

  1. obrigada pela MSG estou neste momento sofrendo pela rejeição de amor não correspondido me entreguei por inteira durante quatro anos alias me iludi td esse tempo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

ROSANA BRAGA

PSICÓLOGA CLÍNICA

Especialista em Autoestima e Relacionamento.

CRP/SC: 12/13735

Autora de 10 livros, entre eles OUTONO NA GRÉCIA, QUEM AMA MOSTRA, FAÇA O AMOR VALER A PENA e O PODER DA GENTILEZA.
Pós-graduada em Educação Sexual.
Criadora dos Programas Online Desperte a Diva em Você e Viva o Amor que Você Merece.

ROSANA BRAGA

PSICÓLOGA CLÍNICA

Especialista em Autoestima e Relacionamento.

CRP/SC: 12/13735

Autora de 10 livros, entre eles OUTONO NA GRÉCIA, QUEM AMA MOSTRA, FAÇA O AMOR VALER A PENA e O PODER DA GENTILEZA.
Pós-graduada em Educação Sexual.
Criadora dos Programas Online Desperte a Diva em Você e Viva o Amor que Você Merece.