Você terceiriza seu fracasso no amor?

Seus relacionamentos começam bem, mas logo depois desandam? Sua área amorosa é sempre complicada, cheia de padrões repetitivos e decepções?

Claro! Ninguém quer nada sério. As pessoas são confusas. Tem muito mais mulher disponível do que homens! Os homens só pensam em sexo. Casamento é muito difícil. Seu marido não ouve você!

E tem mais: amor não é para todo mundo e você não tem sorte nessa área. Todo o resto da certo, mas para relacionamentos, seu dedo só pode mesmo ser podre! Certo? Talvez seja para você! Talvez você realmente acredite nisso ou em alguma coisa disso tudo!

Mas a verdade, verdade mesmo, é que todas as justificativas acima não passam de mentiras que você vem se contando porque está morrendo de medo de assumir sua responsabilidade na dinâmica da sua vida, no enredo da sua história, na jornada da sua evolução!

Eu sei, não é fácil admitir que você sente insegurança, que sua autoestima está baixa e que você, bem lá no fundo, duvida do quanto merece realmente um amor bacana. Do quanto realmente está pronta para um relacionamento criativo, saudável e equilibrado.

Mas anota aí o que vou escrever! Copia e cola na geladeira ou no espelho do banheiro: enquanto você não se responsabilizar por tudo o que acontece nos seus relacionamentos – a sua parte e o que faz diante da parte do outro – você estará vendida, de mãos atadas, de olhos vendados e perdida para o amor que deseja e merece viver!

Ou seja, enquanto você terceirizar seus fracassos, estará abrindo mão do seu poder de fazer diferente, da sua capacidade de virar o jogo, da essência singular que te coloca no exato lugar de alguém que está sendo procurado por um outro alguém que se encaixa com seus planos e sonhos.

Não alguém perfeito. Não uma relação pronta. Não um encontro sem diferenças ou sem aprendizados e ajustes a serem feitos. Mas um amor com espaço e disponibilidade para ser construído. Um amor onde cabem dois e suas falhas, tanto quanto dois e suas responsabilidades.

Porque é só assim que você, aconteça o que acontecer, poderá respirar fundo, talvez até deixar rolar algumas lágrimas, mas do alto de sua clara dignidade, do topo de todo seu merecimento, reconhecer seus enganos, aprender com seus erros e começar tudo de novo! Agora sim, assim sim, diva e dona da sua história!

Separação também é uma construção!

Por Rosana Braga

Eu vivo repetindo – porque acredito piamente nisso – que amor é construção. Seja esse amor vivenciado num casamento ou em qualquer tipo de relacionamento, é sempre uma construção. Não nasce pronto. Não está posto apenas com algum “sim” de ambas as partes.

Eu sei que tem gente que acredita em “amor à primeira vista”. Eu não acredito! Penso que pode até acontecer paixão ou desejo e até uma grande identificação à primeira vista. Mas amor, amor mesmo, não. É construção. E uma construção exige alguns pré-requisitos.

Tempo, planejamento, dedicação, confiança, coerência e outros comportamentos afins. Claro, tem também os contratempos. Nem tudo sai exatamente como planejado. Situações inesperadas acontecem. Mas a construção do amor, especialmente, nunca acaba. Precisa ser para sempre!

Porque se parar, começa lentamente (ou rapidamente) a se tornar desconstrução. Ou seja, começa a se transformar em separação. É mais ou menos como fazer o caminho contrário! Falta de tempo, de planejamento, pouca ou nenhuma dedicação, desconfiança, incoerência e por aí vai. 

Uma dose de abandono aqui, uma desatenção ali e, pronto: dá-se início à uma triste e perigosa desconexão. Mas sabe o que é pior? Tudo isso costuma acontecer de um jeito quase imperceptível. Parece apenas rotina. Parece simplesmente uma fase. Parece que não é nada tão grave.

Talvez seja mesmo um pouco de cada. Mas de pouco em pouco, se faz muito. E no muito de descuido, só cabe desamor. Desconstrução. Separação! Vazio, tristeza e frustração. 

Porque é fato: ninguém se separa da noite para o dia. Ninguém dorme conectado, feliz e atento e acorda desconectado, insatisfeito e desejando ir embora. Assim como amor precisa ser nutrido pra existir, desamor também. Um divórcio é uma escolha feita por muitos dias seguidos. 

Então, que tal focar no que realmente importa? Que tal cuidar do que é caro? Que tal se questionar agora sobre o que você realmente quer, antes que seu único desejo seja distância. Antes que reste apenas um gosto amargo do amor que já sentiram um dia?

Veja bem, não estou dizendo que uma separação seja sempre e necessariamente um grande desastre. Às vezes, pode ser mesmo que o encontro já não faça sentido. Mas, se é mesmo assim, então que a desconstrução seja feita com cuidado e respeito, com consciência e muito diálogo. Porque ainda que a dor possa ser inevitável, sentimentos como rancor e ódio podem ser, sim, bastante evitáveis!

Por fim, que a gente consiga não desistir. Não deixar sempre para amanhã o que precisa ser cuidado hoje. Que a gente não se renda aos desafios decorrentes dos nossos piores medos. Porque se existe um encontro que pode nos tornar pessoas melhores e mais evoluídas de fato, é o encontro com uma alma com quem escolhemos compartilhar nossa história e nosso coração!

Os homens só querem sexo! (???)

Já ouviu alguma mulher fazendo essa reclamação? Você mesma já pensou ou falou isso? Já se sentiu usada ou desrespeitada por um homem com quem saiu e demonstrou querer demais levar você para a cama?

Bem, verdade seja dita! Tendo ou não passado por isso, existe uma crença generalizada de que homem só pensa em sexo e que muitos só se interessam por isso e não por um relacionamento sério.

Penso que dá para entender! Imagine duas crianças que acabaram de nascer: um menino e uma menina. Apesar de todas as mudanças ocorridas nas últimas décadas e de todas as conquistas femininas, os dois são criados da mesma forma quando o assunto é sexo?

Pelo que tenho visto, não mesmo! Pelo menos não na maioria dos casos. Enquanto as meninas são vigiadas e altamente censuradas diante de qualquer manifestação sobre gostar de sexo, de “pipi” ou de meninos, os meninos são altamente incentivados a se manifestar sexualmente, declarando seu desejo sexual pelas meninas e seu interesse por “pepecas”, “peitos” e afins.

Como crescem? Elas sendo julgadas por seu comportamento sexual e eles também. Mas elas são rotuladas negativamente caso queiram sempre e facilmente. E eles são também são, caso não queiram. Cadê o direito de escolha? Cadê a igualdade entre as pessoas? Cadê a expressão sexual saudável, consciente e madura?

Sendo assim, o que termina acontecendo é que eles se obrigam a querer sempre ou se sentirem envergonhados e pressionados caso não queiram. E elas se obrigam a se fazer de difícil sempre ou se sentirem inseguras e culpadas caso queiram. Uma baita confusão. Um desequilíbrio que só gera mais e mais insatisfações, disfunções e desencontros.

Mulheres frígidas ou excessivamente sexualizadas e aparentemente vulgares. Homens com ejaculação precoce ou usando estimulantes cada vez mais cedo. Felizmente, nem todos e nem todas. Mas ainda bem mais do que deveria. E resultando em sofrimentos completamente desnecessários.

Resumindo: não todos, mas muitos homens realmente focam tempo e energia demais na tentativa de levar um número cada vez maior de mulheres para suas camas. Aprenderam assim. Carregam crenças limitantes e equivocadas sobre o que é ser homem. Sobre como um homem deve se comportar.

Mas, no final das contas, sendo você uma mulher, existe uma grande lição nisso tudo. É aprender a, acima de tudo, saber de si. Fazer suas próprias escolhas a partir de suas verdades, de seus sentimentos e de seus valores. E bancar a si mesma.

Então: e você, quer sexo? Com quem? Em que momento? Você sabe? Você se questiona? Ou deixa o outro decidir por você sempre? Ou se sente vítima do desejo dos homens? Porque, independentemente do que eles querem, você pode dizer “sim” ou “não”. Você diz? Fala o que você quer ou o que eles querem ouvir?

Tenta corresponder aos desejos do outro ou se sente realmente segura e confiante para corresponder aos seus próprios desejos? Consegue dizer “não” quando não quer ou fica achando que ele não vai mais ligar ou vai te achar fria e vai sumir?

Consegue dizer “sim” quando quer ou fica achando que ele vai te achar fácil demais e vai desaparecer ou não vai mais te respeitar? Você realmente sabe o que quer ou se sente o tempo todo inadequada e ansiosa, acreditando que vai ser traída ou abandonada a qualquer momento?

Talvez, antes de classificar homens como sendo “isso” e mulheres como sendo “aquilo”, esteja na hora de assumir quem é você e se você quer (e quando e com quem quer) sexo. Assim, a vida fica muito mais leve e você se torna muito mais dona da sua própria história.

E, mais do que isso, você termina atraindo encontros e amores que têm muito mais a ver com sua verdadeira essência. E finalmente entra em sintonia com o amor que merece, em vez de passar a vida se lamentando pelos repetidos desencontros e desamores vividos.