Você se dá demais nos seus relacionamentos?

Quando começa um relacionamento, você faz tudo o que pode e até o que não pode pelo outro? É aquele tipo de pessoa que se dedica sem medidas, que está disposta a responder sempre ‘sim’ à solicitação que seu par ainda nem fez?

O tempo vai passando e você se pergunta se tem feito o suficiente? À menor demonstração de dúvida do outro você se questiona sobre o que pode ter feito de errado e se está realmente fazendo o seu melhor? Tem a impressão de que será amada quanto mais bacana e ‘fora do comum’ você for?

E conforme o tempo passa mais e mais, sente que o outro ainda não está te amando quanto e como você gostaria? Você até fica triste, até cogita a possibilidade dele não estar sendo justo ou não estar reconhecendo tudo o que você faz, mas não desiste e não mede esforços para fazê-lo feliz?

Se você se casou com esse sujeito a quem tanto ama, tem a sensação de que vive seus dias em função desta relação? Já se pegou intuindo que faz, faz, faz, mas que nunca parece o bastante? Já se pegou pensando que gostaria de ser mais valorizada, reconhecida, elogiada e amada por tudo o que tem feito desde sempre? Suas amigas te chamam de boba, dizem que você se dá demais e que precisa mudar?

Fazer mais e mais é como passar o dia cozinhando deliciosas receitas, uma atrás da outra, e oferecendo todas elas, prato após prato, para uma pessoa que pode até já ter dito estar com fome, mas que você, de tão insegura e equivocada, saciou essa fome logo na entrada. Não esperou o momento do prato principal. Não reconheceu o momento da sobremesa. Deu tudo. Deu muito mais que o necessário. Não houve tempo para a fome querer mais. E se tem um ditado que pode revelar o que tem acontecido com nos seus relacionamentos, é: “Quando a barriga está cheia, toda goiaba tem bicho”!

Você tem mesmo se esforçado para ser a melhor goiaba. Mas o outro está com a barriga cheia e só consegue supor que você tem bicho! Não te quer. Não te aguenta mais. Não tem vontade de você! Porque você não dá tempo de a fome chegar. Porque você, principalmente e acima de tudo, nem reconhece a doce e gostosa goiaba que você é! E termina acreditando que tem bicho mesmo… e quase implorando para que ele te queira!

Sabe o que é que te falta? Sabe por que o outro parece não fazer a menor questão de te convencer a ficar? Quer mesmo descobrir? E mais do que descobrir, está realmente disposta a mudar o enredo cansativo e frustrante desta história? Então, minha cara, pare com isso! O outro só vê o que você mostra! Mas não o que você se esforça pra mostrar. Porque quem insiste é porque não tem certeza! Quem implora é porque duvida do quanto vale! Quem se dá demais é porque não sabe o que merece! E é justamente esse que tem sido o seu erro!

Pare de olhar para o lado errado! Pare de se dedicar a quem não pode te dar o que você tanto quer! Pare de se comportar feito tola – acreditando que será amada se fizer mais e mais e mais. Não será! O problema é que você não se sabe! Não se vê! Das poucas vezes que se olha, usa os olhos de quem já está farto. Olha de fora. Olha sem entrar e sem acender a luz!

Comece a reconhecer a sua própria fome. Mas não para se entupir de si mesma, sem medida, sem consciência. Porque isso também só servirá para se cansar e se frustrar. Ouça-se, conheça-se e descubra o que é você quer, agora, neste momento. Assim, de luzes acesas e com brilho próprio, vá em busca de se fazer feliz. E esteja certa de que não só será, mas parecerá e será tratada como uma goiaba suculenta e apetitosa!

Vende-se “grande amor”. Peça já o seu!

Alguns procurariam nos supermercados, como item de necessidade básica. Outros procurariam em perfumarias, como item para ocasiões especiais. Há ainda os que buscariam em lojas de roupas, como item para melhorar a aparência. Enquanto outros arriscariam as farmácias, tentando encontrar, enfim, o remédio para suas dores ou a cura para suas doenças.

Parece piada, mas infelizmente é verdade que muitas pessoas ainda acreditam que é possível encontrar um “grande amor” prontinho para ser consumido. E se iludem com essa possibilidade, desperdiçando a chance incrível de encontrar suas próprias ferramentas.

Não se empenham em inverter o olhar. Insistem em continuar olhando para fora. Onde não há respostas. Pelo menos não as certas. Não as delas. E para completar o quadro de fracasso e frustração, insistem também em se lamentar da falta de sorte ou de um mundo que não se alinha aos seus valores – mais nobres, elas querem dizer.

Que pena! Perdem a incrível chance de arrancar, de uma vez por todas, essa máscara de vítima ou de quem não se importa. Desperdiçam a fantástica oportunidade de abrir suas portas e janelas, abrir sua mente e seu coração, e simplesmente deixar a luz entrar. Acender-se. Enfim, enxergar-se!

E feito repetições de regras, comportamentos e desejos que não são seus, elas continuam procurando amores prontos. Chegam a apostar que vão encontrar algum sob medida. Feito especialmente para elas. Como se ao menos soubessem quais são as suas próprias medidas.

Não sabem! Não se sabem sob os ângulos mais importantes. Porque se ver dá trabalho. Pede ajustes. Requer um olhar acolhedor e justo. É preciso ter amor. Por si, pelo outro e pela vida. Sim, dá mesmo trabalho. Não é fácil. Mas é simples, como sempre digo. Quanto mais simplificamos, mais fácil se torna.

O problema é que a maioria prefere o complicado. O difícil mesmo. Alguns até se encantam pelo impossível. Sabe qual o nome para esta dinâmica? Sabotagem! E contra si mesmo! Ama quem está longe! Ama quem está comprometido! Ama quem não quer saber de amor! Ama a história que não vai rolar! E assim o ciclo se repete!

Mas o pior é que tais pessoas continuam procurando fora, como se existissem mesmo prateleiras expondo amores à venda. E o que eu mais queria era ser capaz de fazê-las entender que o caminho é o de dentro. E que um grande amor não é resultado de uma busca insana e desconecta. É consequência de um encontro leve e absolutamente essencial, mas que acontece primeiro consigo mesmo e com sua noção de merecimento!

Seu coração é burro? Dica para um melhor relacionamento amoroso

Já me cansei de ouvir essa reclamação, quase como um pedido de socorro que algumas pessoas insistem em fazer, culpando seu coração por ter tomado alguma atitude equivocada ou por ter sido impulsivo. Há ainda quem o acuse de ser muito emotivo. Ou melhor, de demonstrar demais o que sente. Nunca concordei com esta acusação e continuo sendo defensora absoluta deste que representa nossa dinâmica emocional e sentimental – o coração!

Minha defesa contra tais acusações injustas está baseada no fato de que a maioria das pessoas confunde esse danadinho (que realmente pode perder o rebolado e parecer que vai saltar pela boca quando se apaixona) com um pacote amarrotado e cheio de crenças equivocadas, medos, traumas e desconfianças.

O coração não é esse pacote! Esse pacote, frequentemente distorcido com pensamentos confusos, ideias parciais e preconceitos de todas as ordens é a nossa mente! A mente, mente! De contar mentiras mesmo. E, assim, mentirosa, ela nos engana. E nos faz acreditar que toda angústia que sentimos e todos os equívocos que cometemos é culpa do coração. Não é!

Veja bem! O coração é sábio. É sensível, perspicaz e intuitivo. Ele sempre acredita no amor, e sabe diferenciar uma cilada de uma oportunidade de ser feliz. O coração é silencioso. Barulhenta é a mente. O coração é tranquilo e pacífico. Agitada é a mente. O coração é centrado e sabe o que quer, como quer. Confusa, volúvel e “maria-vai-com-as-outras” é a mente.

Não vou dizer que o coração pensa antes de agir, porque ele não pensa. O coração sente. E quando sente, sabe! Quem pensa, pensa, pensa e ainda assim faz burrice é a mente. Pergunta pra todo mundo e não sabe a quem ouvir. A mente quer respostas. Quer certezas e explicações. Quer acabar com a dor de qualquer jeito. A mente dói e se perde. O coração dói e aprende. Fica mais forte e ainda mais sábio.

Então, se você quer parar de ser enganado por sua mente e começar a seguir seu sábio coração, anote essas dicas! Quando estiver sofrendo por amor, quando estiver se sentindo abandonado, trocado, preterido ou traído, quando não souber o que fazer, quando estiver perdido, com medo de demonstrar o que sente e não ser correspondido… apenas pare, respire fundo, relaxe os músculos e vá aquietando-se…

Parece simples, mas não é! Pode-se levar uma vida inteira para conseguir apenas parar, respirar, relaxar e aquietar-se. Pode-se levar uma vida toda para conseguir “calar as vozes-confusas-e-tolas” da sua mente e “conectar-se com o silêncio-que-tudo-diz” do seu coração. Mas quanto antes você começar a treinar, mais rapidamente vai conseguir. E menos vai sofrer!

Lembre-se! Agitação, confusão, angústia, mentiras e enganos têm a ver com a mente. Tire o foco dela. Pare de prestar atenção nas vozes que gritam dentro dela. Apenas respire. Aquiete-se. E quando sentir que, enfim, está conectado com a sua essência, então apenas pergunte-se: “o que eu quero?”, “o que eu realmente quero fazer diante desta situação… falar?… demonstrar?… esclarecer?… ou esperar… até que não restem mais perguntas… até que o silêncio seja a certeza de que agora é a hora certa…?”.

O amor não é uma guerra complicada entre duas mentes que não se ouvem e não se enxergam. É uma sintonia mágica entre dois corações que se sentem e se sabem. Simples assim!

Quais mentiras você se conta pra não ser feliz?

Talvez você realmente acredite que não se conta mentiras. Que tudo o que sua mente te diz é verdade! E se você pensa assim, talvez esteja aí a sua maior armadilha. Talvez este seja o maior de todos os buracos, no qual você cai toda vez que decide seguir em frente e, finalmente, ser feliz, especialmente quando essa felicidade tem a ver com relacionamentos amorosos.

Estou falando daquela voz que não se cala. Que fala o dia todo em sua mente. Se você acabou de se perguntar algo como “que voz? Do que é que ela está falando?”, então acabou de descobrir que voz é essa. Ela fala enquanto você caminha, enquanto toma banho, enquanto dirige, come e até enquanto faz amor, se você deixar. Ela fala desembestadamente, sem parar, enquanto você não se dá conta de que ela está falando.

Um dos momentos em que ela fala mais alto, para muitas pessoas, é quando elas se deitam para dormir. Daí a voz toma conta. Chega a gritar. E o sono passa longe. A pessoa vira de um lado para o outro e a voz não para! Ela fala de medos, inseguranças, arrependimentos, dúvidas, tristezas e dores. E de um modo bastante exagerado e distorcido!

Porém, no momento em que você – sua essência, sua consciência – finalmente bota o foco nela, quando você finalmente toma as rédeas da situação e diz algo como “opa! Alto lá! Quem é você para me perturbar desta forma?”, ela se intimida e vai se calando. E, então, é quando você pode comandar a sua própria voz. É quando você manda nela e não ela que manda em você. Mas o problema é que a maioria das pessoas passa grande parte da vida – senão toda – sem se dar conta disso. Sem perceber que é manipulado por esta voz. E por isso vive relações cheias de meias-verdades. Iludido. Desperdiçando muitas oportunidades de ser feliz!

Quer se livrar dessa armadilha? Então comece você a decidir o que a sua mente te fala. Comece a disciplinar seus pensamentos. Não há melhor maneira de fazer isso do que se alimentando com ideias altruístas sobre a vida e sobre os relacionamentos. Pare de ouvir músicas que falem de abandono, traição e tristeza. Pare de assistir a programas que mostram intrigas, falsidade e decepções. Pare de consumir tudo o que você não quer viver e comece a focar no que você mais deseja viver.

Livros que ensinam. Filmes que motivam. Músicas que inspiram. Há muita voz de verdades ao seu redor. Basta ter ouvidos para ouvi-las. Mas talvez você precise, antes, rever suas sintonias. Com quais pessoas, lugares e coisas você está sintonizado? São esses os canais que dão conteúdo para a voz que fala dentro da sua cabeça.

Ela fala que homem não presta? Que mulher é interesseira? Que não é possível viver um amor de evolução, paz e felicidade? Ela diz pra você duvidar? Diz pra você que a vida é assim mesmo e que quanto mais você faz pelo outro, menos valor você tem, mas que não tem outro jeito? A voz te angustia e te cansa? Então, é hora de ordenar que ela se cale. E que sua consciência e sua integridade ganhem vez e voz!

Amor de verdade existe, sim! É possível. Mas você tem de acreditar que merece! E entrar em sintonia com pessoas e lugares e situações coerentes. Precisa parar de acreditar em mentiras que te fazem viver uma vidinha bem mais ou menos. E passar a viver a melhor vida que for capaz de imaginar e desejar. É sobre isso que sua voz precisa começar a te contar!